O churrasco no sítio, em Casa Branca, na zona rural de Brumadinho, na Grande BH, não chegou a acontecer. Em vez disso, o velório e as lápides do Cemitério do Bonfim. Em vez de um abraço no primogênito, restou a despedida e a expressão desolada de quem sequer conseguiu olhar para o caixão baixando na sepultura. Ontem, foi o pior Dia dos Pais da vida do engenheiro Antônio Adolpho Alvarenga Vianna, de 56 anos, que perdeu seu filho, o universitário Daniel Adolpho de Melo Vianna, de 22, de forma estúpida em briga numa calourada de alunos da PUC Minas, que ocorreu em um bar, no Bairro Coração Eucarístico, Noroeste de BH, na madrugada de sábado. O jovem foi baleado no rosto depois de ter esbarrado no soldador Pedro Henrique Costa Lourenço, de 29. “O Daniel deixou de viajar com a mãe para ficarmos juntos. Era um dia especial para nós. Estou arrasado, sem saber o que fazer.
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Vizinhos da PUC voltam a reclamar de baderna, drogas e violência nas festas estudantisNo dia dos pais, pai de estudante morto em calourada busca justiça por filhoApós morte de universitário em calourada, vizinhos e PUC criticam excessos nos eventosEstudante morto em calourada é velado no cemitério do BonfimEstudante é morto durante calourada da PUC no bairro Dom CabralJovem é assassinado com quatro tiros após discussão no Bairro MantiqueiraPBH comprova participação de bares na divulgação de calouradas no entorno da PUCPBH fechará bares no entorno da PUC Minas após morte de universitárioOs braços arranhados, o joelho ralado e a face ferida foram marcas deixadas no corpo de um dos amigos de Daniel que estava no momento do assassinato e que ajudou a imobilizar o suspeito. O amigo, de 33 anos, conhecia o universitário desde a adolescência e é lutador de jiu-jitsu. Ele pediu para não ser identificado, mas contou que além de Daniel estavam ainda dois outros colegas na fila do bar onde ocorreu a calourada, na Avenida Trinta e Um de Março, no Bairro Coração Eucarístico, Noroeste de BH. “Estávamos comprando bebidas, quando um de nós esbarrou no assassino. O cara estava muito alterado, com os olhos arregalados e gesticulando muito. Começou a gritar e o Daniel esticou os braços como quem não entende nada. Foi então que o bandido puxou um revólver e atirou nele”, conta.
Depois desse primeiro disparo, os amigos presentes ao enterro contaram que um clarão se abriu entre a multidão de jovens que estava dentro do bar na calourada. “O bandido tentou fugir entre a multidão, mas o segui e o derrubei no chão.
PRISÃO Devido à lotação do sistema prisional, o acusado de ter matado o universitário continua preso na Central de Flagrantes com outros 20 detentos, de acordo com o seu advogado, Fábio Piló. Pedro Henrique foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, porte ilegal de arma e disparo de arma de fogo em via pública.