Jornal Estado de Minas

Copasa confirma que Grande BH não terá racionamento de água


A presidente da Copasa, Sinara Meireles, confirmou em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira que a Região Metropolitana de Belo Horizonte não vai passar por racionamento. A medida foi antecipada pelo Estado de Minas no último sábado. Apesar de descartar racionamento este ano, a companhia e o governo continuam em alerta diante dos baixos índices de reservatórios. A empresa manterá campanha de conscientização lançada em fevereiro para uso racional de água por parte de consumidores.

Um dos principais motivos para descartar o racionamento foi a ajuda da população, que nos últimos cinco meses conseguiu economizar água. A média entre entre fevereiro e junho foi de 14,2%. Julho foi o mês em que a economia foi a menor, 10,3%. A maior foi em março, quando a população poupou 16% em relação ao mesmo período do ano passado.
“A resposta da população ao chamado da Copasa para o consumo consciente foi imediata e extremamente positiva. Hoje, depois de seis meses, podemos anunciar que os esforços não foram em vão. Baseado em dados técnicos e, principalmente, no esforço de economia feito pelos moradores da Região Metropolitana de Belo Horizonte, podemos afirmar: não haverá racionamento de água. A Copasa, o Governo de Minas e a população estão vencendo a crise hídrica’’, afirma Sinara Meireles.

A meta estabelecida pela Copasa foi de 30%, mas outras medidas asseguraram a manutenção do abastecimento. As chuvas atípicas em março e em maio, depois de secas rigorosas nos últimos três anos, também contribuíram. Em maio, o acumulado de chuva bateu recorde desde o começo das medições, em 1910. A capital mineira registrou 96,7 milímetros no período, mais de três vezes a média histórica para o mês, que é de 27,8 milímetros.


De acordo com Sinara, choveu 55% a mais neste ano em comparação com o mesmo período de 2014. Esta situação deu uma aliviada no Sistema Paraopeba, responsável pelo abastecimento de água de Belo Horizonte e municípios da região metropolitana. A presidente da Copasa informou que está preparada para os próximos cinco meses. Mesmo assim, ainda é preciso economizar. “Não é hora de relaxar. Até setembro será importante que a economia continue”, ressaltou a presidente da empresa.

Nesta segunda-feira, o nível do Sistema Paraopeba está em 31,3% de sua capacidade, segundo dados da Copasa. Os três reservatórios que o compõe também apresentam níveis baixos. O Rio Manso está com 42%, Serra Azul, 12,9% e Vargem das Flores 31,6%.
A vazão dos Rio das Velhas, medida no domingo, está em 13,1 metros cúbicos por segundo.

Outra medida que deve entrar em operação em dezembro é a captação no Rio Paraopeba, em Brumadinho. As obras começaram no início de julho. O reforço no abastecimento será de 5 mil litros por segundo (l/s), bombeados por tubulações de aço com 1,5 metro de diâmetro, que se estenderão por 6,5 quilômetros, desde a margem do rio, próxima ao Inhotim, até a Estação de Tratamento de Água do Rio Manso, que integra o Sistema Paraopeba. .