No primeiro dia de proibição de todas as conversões à direita entre as avenidas Amazonas e Afonso Pena, na Praça Sete, Hipercentro de Belo Horizonte, a correria e confusão dos pedestres deu lugar à tranquilidade de travessias que chegavam a até um minuto e 13 segundos, segundo a cronometragem feita pelo Estado de Minas. Antes da mudança, a média de tempo destinado aos pedestres, segundo a BHTrans, era de 17 segundos. A nova média passa a ser de 60 segundos. Com a nova configuração, que é a 21ª modificação dentro do programa de reorientação da circulação do Centro, batizado de Mobicentro, os transeuntes podem agora se preocupar apenas com os carros que vem da via transversal e não existe mais o conflito de pessoas entrando no meio dos veículos. O ponto negativo ficou por conta das confusões que os motoristas fizeram com a novidade. As entradas simples à direita foram substituídas por caminhos mais longos, o que gerou protestos.
Leia Mais
Mudanças no trânsito na Rua Curitiba confundem motoristas Ruas Espírito Santo e Tupis, no Centro de BH, têm trânsito alterado; veja as mudançasObras para mudança na Praça ABC começam neste mêsAtropelamentos e batidas provocam 60% das mortes de crianças no trânsitoBHTrans adia licitação pra contratar empresa para obras exclusivas do MobicentroJosé Carlos Ladeira explica que um dos norteadores das mudanças promovidas pela BHTrans é o aumento do tempo destinado aos pedestres. Segundo ele, 78% das interseções de Belo Horizonte que são reguladas por semáforos possuem sinal exclusivo para os pedestres. Para garantir a travessia dessas pessoas antes do Mobicentro, que começou a ser colocado em prática em outubro de 2013 com as mexidas na Praça da Estação, a empresa que comanda o tráfego na cidade considerava que um pedestre se locomovia a uma velocidade de 1,3 metro por segundo.
ESTACIONAMENTOS Os novos movimentos para substituir as conversões à direita não agradaram alguns motoristas, como o músico Rogério de Souza, de 42. “Parava meu carro no estacionamento atrás do posto Uai, na Amazonas.
Nos casos pontuais, o professor Guilherme Leiva, que é coordenador do curso de Engenharia de Transportes do Cefet, diz que o mais comum são as reclamações por conta da mudança de traçado. “As pessoas que já têm uma rotina usando aquelas vias para acessar os seus destinos finais passam por um período de adaptação que vai de um a três meses, normalmente. Já para os demais a mudança tende a ser positiva, porque todas as faixas ganham mais fluidez no momento em que não existe a redução de velocidade para fazer a conversão. No caso do pedestre, a mudança ajuda também aqueles com mobilidade reduzida”, diz o especialista. O superintendente José Carlos Ladeira diz que na Praça Sete passam 330 mil pedestres todos os dias e a mudança tira da praça os veículos que não têm a necessidade de passar por ali, podendo fazer outros caminhos onde o conflito com os transeuntes é menor..