Os manifestantes que foram detidos durante o ato contra o reajuste da tarifa de ônibus em Belo Horizonte estão sendo ouvidos na manhã desta quinta-feira, no Escritório de Direitos Humanos, da Secretaria de Direitos Humanos, na capital. Eles são suspeitos participar do conflito com a Polícia Militar no protesto.
Até o início da tarde, sete pessoas tinham prestado depoimento e, a partir dos relatos, o secretário Estadual de Direitos Humanos, Nilmário Miranda vai produzir um relatório e enviá-lo ao governador do estado, Fernando Pimentel. Nilmário informou também que vai sugerir um procedimento padrão para a PM lidar com os protestos, sobretudo quanto ao uso de gás lacrimogênio e armas não letais.
"O nosso governo não pode coibir manifestação e tem que saber lidar com essas situações. Temos que garantir o direito de ir e vir, mas a manifestação não pode ser coibida", destacou. O secretário disse ainda que pretende procurar o Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais para tratar do caso do fotógrafo ferido na manifestação. Segundo ele, o governo deve garantir segurança à imprensa durante os protestos e não restringir o trabalho dos profissionais.
Um grupo de cerca de 60 pessoas foi levado para a Central de Flagrantes II e liberado durante a madrugada, após um acordo entre Nilmário Miranda e as polícias Civil e Militar.
Leia Mais
Manifestantes detidos em protesto no Centro de BH são liberados após acordoConflitos envolvendo manifestantes e PM em BH se agravam desde 2013Veja como foi a manifestação contra o aumento das passagens de ônibus em BHProtesto contra o aumento das tarifas de ônibus em BHDefensoria Pública vai buscar garantias para manifestação desta sexta-feira em BHPolícia Civil abre inquérito para investigar 61 detidos em manifestação na capital mineiraSecretário avalia que houve erro na ação da PM durante protesto no Centro de BHPM se exalta com manifestantes detidos em hotel no Centro de BH; assistaPor enquanto, apenas uma ocorrência envolvendo dois menores foi encerrada. Ambos foram levados para a Divisão de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (DOPCAD-MG) e estão sendo investigados.
A defensora pública Júnia Roman Carvalho, da Defensoria Especializada de Direitos Humanos, Coletivos e Socioambientais (DPDH) e outros três defensores acompanharam os manifestantes detidos até a madrugada. “Todos responderão a processo em liberdade uma vez que se trata de suposta prática de crimes de menor potencial ofensivo, sendo orientados a procurarem a Defensoria Pública para prosseguimento de suas defesas”, informou o órgão em nota.
Por meio de nota, a Ordem dos Advogados do Brasil Seção Minas Gerais (OAB/MG) lamentou o que classificou como "ação enérgica, desrespeitosa e truculenta em face de estudantes e jornalistas" durante o protesto de ontem e disse que há relatos de cerceamento de defesa dos advogados. Ainda segundo o órgão, "A OAB mineira encaminhou ofício às autoridades requerendo apuração rigorosa e punição aos que agiram com abuso de poder".
Manifestantes entram em hotel após polícia lançar bomba