Jornal Estado de Minas

Ativistas detidos em manifestação são ouvidos pela Secretaria de Direitos Humanos

Os manifestantes que foram detidos durante o ato contra o reajuste da tarifa de ônibus em Belo Horizonte estão sendo ouvidos na manhã desta quinta-feira, no Escritório de Direitos Humanos, da Secretaria de Direitos Humanos, na capital. Eles são suspeitos participar do conflito com a Polícia Militar no protesto.

Até o início da tarde, sete pessoas tinham prestado depoimento e, a partir dos relatos, o secretário Estadual de Direitos Humanos, Nilmário Miranda vai produzir um relatório e enviá-lo ao governador do estado, Fernando Pimentel. Nilmário informou também que vai sugerir um procedimento padrão para a PM lidar com os protestos, sobretudo quanto ao uso de gás lacrimogênio e armas não letais.

"O nosso governo não pode coibir manifestação e tem que saber lidar com essas situações. Temos que garantir o direito de ir e vir, mas a manifestação não pode ser coibida", destacou. O secretário disse ainda que pretende procurar o Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais para tratar do caso do fotógrafo ferido na manifestação. Segundo ele, o governo deve garantir segurança à imprensa durante os protestos e não restringir o trabalho dos profissionais.

Um grupo de cerca de 60 pessoas foi levado para a Central de Flagrantes II e liberado durante a madrugada, após um acordo entre Nilmário Miranda e as polícias Civil e Militar.

De acordo com a Polícia Civil, os boletins de ocorrência não tinham sido finalizados pela PM até o final da manhã desta quinta.
A partir desses documentos, a polícia judiciária vai intimar os envolvidos a prestar depoimento na 4ª Delegacia de Polícia do Centro, que atende a região onde ocorreu o confronto.

Por enquanto, apenas uma ocorrência envolvendo dois menores foi encerrada. Ambos foram levados para a Divisão de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (DOPCAD-MG) e estão sendo investigados.

A defensora pública Júnia Roman Carvalho, da Defensoria Especializada de Direitos Humanos, Coletivos e Socioambientais (DPDH) e outros três defensores acompanharam os manifestantes detidos até a madrugada. “Todos responderão a processo em liberdade uma vez que se trata de suposta prática de crimes de menor potencial ofensivo, sendo orientados a procurarem a Defensoria Pública para prosseguimento de suas defesas”, informou o órgão em nota.

Por meio de nota, a Ordem dos Advogados do Brasil Seção Minas Gerais (OAB/MG) lamentou o que classificou como "ação enérgica, desrespeitosa e truculenta em face de estudantes e jornalistas" durante o protesto de ontem e disse que há relatos de cerceamento de defesa dos advogados. Ainda segundo o órgão, "A OAB mineira encaminhou ofício às autoridades requerendo apuração rigorosa e punição aos que agiram com abuso de poder".

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