Dois vídeos divulgados na internet mostram o que aconteceu dentro do hotel no Centro de Belo Horizonte, onde cerca de 60 manifestantes ficaram detidos após o confronto com policiais militares na noite de quarta-feira. O protesto era contra o aumento das passagens do transporte coletivo. Momentos de tensão, choro e gritos dos PMs foram flagrados por uma testemunha não identificada.
O primeiro mostra os manifestantes em uma sala do hotel, onde criticam a ação da PM. Logo em seguida, militares se aproximam da porta e mandam todos se deitarem no chão. Uma jovem parece chorar. “Acabou a macheza docês (sic) agora, né? Acabou a macheza, jogando pedra na gente!”, diz um policial. “Depois nós que somos fascistas, interessante, né?”. Logo em seguida, uma mulher se identifica como gerente do hotel e entra no local para buscar funcionários que estariam detidos junto com os manifestantes.
O mesmo policial começa a fazer uma espécie de triagem das pessoas detidas. "Nós vamos olhar um por um. Esse aqui de mochila já é conhecido. Se alguém aqui tiver Carteira de Trabalho, eu vou liberar". Pelo menos uma pessoa aparece sendo liberada. O policial começa a reclamar com os manifestantes. "Só quer andar de graça. Quem vai pagar a conta procês?", questiona. "Se ocês pagam o meu salário, eu pago o docês também. E eu pago o meu salário também. Eu pago imposto igual ocês (sic)”. "Aqui ninguém trabalha, cês querem tudo de graça. Tudo de graça. Cês querem mamar é na teta (sic)”, declara.
Os detidos foram levados em dois ônibus para Central de Flagrantes II, no Bairro Floresta, Leste de BH e liberados durante a madrugada com a presença de representantes da Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais e do secretário de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, Nilmário Miranda, que entrou em um acordo com as policias Civil e Militar. “Nós combinamos com a polícias para fazer um boletim de ocorrência geral e não individualizado. Todos (os manifestantes) estão identificados”, explicou o secretário nesta quinta-feira ao em.com.br. Neste momento, manifestantes que participam do ato estão sendo ouvidos no Escritório de Direitos Humanos, da Secretaria de Direitos Humanos, na capital.
Um repórter fotográfico e um turista do Ceará ficaram feridos durante o confronto de ontem. O total de pessoas feridas ainda não foi divulgado pelos órgãos oficiais, mas pelo menos oito foram atendidas no Hospital de Pronto Socorro João XIII e em outras unidades de saúde.
Imagens registram início do confronto entre PM e manifestantes
E do nada começam as bombas. Todos munidos apenas de palavras e cartazes. E assim se mantem um ajuste tarifário ilegal.
Posted by Lucas Morais on Quarta, 12 de agosto de 2015