Integrantes do Movimento Tarifa Zero irão acionar a Organização das Nações Unidas por causa da confusão durante a manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus nessa quarta-feira em Belo Horizonte. O grupo está convocando pessoas que se feriram durante a ação da Polícia Militar para enviar fotos, vídeos e relatos que farão parte de um dossiê.
Em sua página no Facebook, o grupo dá instruções para as pessoas que se sentiram lesadas pela ação da PM. O material reunido na rede social e pelo endereço de email do Tarifa Zero será entregue a um emissário da ONU. As autoridades não confirmam o número de feridos na confusão, mas o grupo fala que pelo menos 100 pessoas se machucaram.
Segundo Natália Duarte, cientista social e integrante do Tarifa Zero, os manifestantes tiveram vários tipos de ferimento. "Alguns foram pisoteados, tiveram hematomas, outros foram atingidos por balas de borracha e estilhaços de bomba. Estamos fazendo uma grande campanha para reunir os relatos e fazer o dossiê", diz.
Durante a confusão, 61 pessoas foram detidas. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a ação dos manifestantes, que foram enquadrados nos crimes de danos e desobediência. A maioria deles foi presa no Hotel Sol Belo Horizonte, onde entraram para se proteger das bombas de gás lacrimogêneo e tiros de balas de borracha disparados pelos policiais.
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A manifestação começou de forma pacífica, e terminou em confusão com a Polícia Militar (PM). Integrantes de movimentos sociais se encontraram na Praça Sete e depois saíram em passeata em direção a Prefeitura de Belo Horizonte. Quando viram o forte aparato policial em frente a sede da administração municipal, decidiram subir a Rua da Bahia. Foi que o tumulto começou.
Na Rua da Bahia, próximo à esquina da Augusto de Lima, um forte bloqueio de militares com escudo impedia a passagem, inclusive de quem não participava do ato. Antevendo o tumulto, lojistas fecharam suas portas. Foi quando tiveram início os disparos de bala de borracha, spray de pimenta, além de bombas de gás e de efeito. O comandante do Batalhão de Choque, tenente-coronel Gianfranco Caiafa, disse que a PM agiu porque pediu a liberação da faixa e não foi atendida.
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