Dia de contar prejuízos e hóspedes que se foram no Hotel Sol Belo Horizonte, que durante o conflito desencadeado por protesto contra o aumento de passagens se transformou em refúgio para os manifestantes e, depois, em quartel para policiais. O estouro de ativistas por de trás de nuvens de gás e clarões de bombas amedrontou tanto os clientes do estabelecimento que metade deles pediu para fechar as contas nessa quinta-feira, um dia depois do episódio em que cerca de 60 pessoas buscaram abrigo no imóvel da Rua da Bahia, no Centro de BH.
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Pimentel diz que PM agiu dentro do protocolo durante manifestação em BHPM se exalta com manifestantes detidos em hotel no Centro de BH; assista Confira os vídeos do protesto contra o aumento das passagens de ônibus em BHAto contra aumento das passagens será na Av. Amazonas em frente ao Cefet na terça-feiraAudiência pública que iria discutir atuação da PM em manifestações é canceladaALMG vai discutir ação da PM contra ativistas durante protesto em Belo HorizonteSegundo protesto contra alta das tarifas percorre o Centro e termina de forma pacíficaPM reforça que não vai permitir fechamento de vias no protesto desta sexta-feiraVídeos gravados por manifestantes e pela PM serão analisados para verificar se houve abusosA invasão de manifestantes buscando refúgio ocorreu em duas levas. A primeira desceu pela rampa da garagem do edifício e arrombou um portão eletrônico que estava trancado. A segunda avançou pelas portas frontais, onde um cordão de funcionários tentou em vão impedir o acesso, mas não resistiu ao desespero dos homens e mulheres que corriam da polícia. Todas essas ações foram registradas pelo circuito interno do hotel. “A polícia chegou logo em seguida e não pediu licença para entrar.
Em seguida, segundo relato de funcionários, os militares do Batalhão de Choque pediram para que funcionários os acompanhassem em uma varredura pela parte interna do estabelecimento. “Vários manifestantes tentaram se esconder. Subiram para os salões, para as escadas e até no banheiro se esconderam”, afirma o gerente comercial, Alexandre Ribeiro.
Nessa quinta-feira, os rastros da ação que acabou com 60 detidos ainda podiam ser vistos. Nos dois salões de reuniões, toalhas de mesa ficaram espalhadas, cadeiras e mesas, tombadas e portas, escancaradas. O portão da garagem foi quebrado depois de ser forçado por manifestantes. O bancário Joviano Duque Pinheiro, de 51 anos, natural de Centralina, no Triângulo Mineiro, e que está morando no hotel, conta que do edifício do banco onde trabalha conseguiu ver a manifestação. “Preferi esperar que a coisa esfriasse para retornar.
De acordo com o gerente comercial do hotel, a ocupação no momento em que os manifestantes entraram era de 80%. “Nosso perfil é de executivos de outras cidades e estados que vêm durante a semana se hospedar para trabalho ou eventos. Certamente essa confusão vai trazer prejuízos com os clientes”, lamenta. (Colaborou Landercy Hemerson).