Erros e acertos marcaram a estreia em Belo Horizonte do Uber-X, o serviço “popular” de transporte de passageiros que o polêmico aplicativo americano lançou, com veículos fabricados a partir de 2008 – a modalidade Black, em operação desde o semestre passado em BH, exige carros luxuosos, no máximo com três anos de uso. Na prática, o novo serviço tende a acirrar a disputa com taxistas, pois oferece o quilômetro rodado com preço inferior ao do concorrente (R$ 1,07 o quilômetro rodado, contra R$ 2,73 na bandeirada um e R$ 3,28 na dois, cobrados pelos táxis).
Leia Mais
Versão popular do Uber entra em operação nesta sexta-feira em Belo HorizonteCâmara cria comissão para resolver impasse entre táxis e Uber em BHPrefeitura aguarda resultado de comissão que vai definir situação do Uber em BHCâmara Federal vai discutir disputa de taxistas e motoristas do Uber em BHMotorista do Uber relata agressão por taxistas na Raja GabagliaProjeto de lei que busca a proibição do Uber tem novo parecer favorável na Câmara da capitalComissão para resolver impasse entre táxis e Uber em BH tem primeira reunião nesta quartaA primeira viagem de teste foi feita entre o Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de BH, e o Bairro Padre Eustáquio, na Noroeste. A segunda ocorreu no caminho de volta. Em ambas, os motoristas se preocuparam com o visual: camisa social para dentro da calça, sapatos limpos e cabelos bem penteados. A educação no trato com o passageiro é outro destaque, assim como a limpeza dos veículos.
Mas há críticas que servem de alerta aos usuários.
O condutor, um ex-professor universitário, é educador voluntário em um projeto de empreendedorismo para jovens. Depois de ligar o ar-condicionado, ele desceu a Avenida Afonso Pena. A viagem teve como parte do trajeto a Avenida Pedro II, onde havia retenção. Geralmente, moradores do local de destino da corrida optam pela Rua Padre Eustáquio. Diante da lentidão do trânsito na avenida, foi pedido ao condutor que alterasse a rota.
“Estava seguindo a orientação do GPS”, justificou o motorista.
No retorno ao Bairro Funcionários, a bordo de um Kia Cerato ano 2010, o condutor contou que estava entusiasmado com o serviço, e que aquela era sua segunda viagem no dia. “Levei um passageiro ao Bairro Castelo (na Pampulha)”, contou. Ele optou por seguir a Rua Henrique Gorceix até a Via-Expressa. Não é o caminho mais recomendado, pois quem faz esse percurso entra no sentido oposto ao do Bairro Funcionários.
O ideal seria trafegar apenas um quarteirão pela Henrique Gorceix e entrar à esquerda na Rua Riachuelo, seguindo até a Rua Ingaí, pois nesse trajeto o veículo entra no sentido correto da Via-Expressa. Em compensação, o motorista ofereceu ao passageiro balas e água mineral. “Todo Uber tem que ter esses produtos”, informou o rapaz. O custo da corrida, que levou 31 minutos, dois a menos que a ida, ficou em R$ 28.