A meta em Minas é vacinar 1,1 milhão de crianças, o que corresponde a 95% do total de meninos e meninas nessa faixa etária. Só até as 13h de ontem foram 16 mil na capital, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. O balanço geral será divulgado hoje. No ano passado, foram vacinados 94%. “Tivemos grandes surtos de paralisia no Brasil nas décadas de 1960 e 1970. A redução foi a partir de 1970. O último caso foi registrado 1989. O Brasil conseguiu erradicar o vírus da polio, mas o mundo ainda não. Temos regiões da África, regiões da Ásia, onde o vírus continua circulando, o que justifica continuarmos com as campanhas até hoje”, afirmou o secretário de Saúde de Minas, Fausto Pereira dos Santos.
A vacina oral poliomielite protege contra três sorotipos do poliovírus. Em Belo Horizonte, a Secretaria Municipal de Saúde espera imunizar 126.863 crianças. As autoridades fazem um apelo aos pais para que não deixem de vacinar os filhos. “Como o vírus ainda circula no mundo, o risco de reintrodução no país permanece. Por isso a necessidade de manter a campanha”, afirma a secretária municipal adjunta de Saúde, Marília Jannotti Guerra.
Fausto Pereira, que teve a doença aos 10 meses de idade, quando vivia em Goiás, reforçou que é importante que todas as crianças sejam vacinadas, mesmo as que já receberam as gotinhas em anos anteriores. Ele lembrou que a vacina deve ser evitada apenas para crianças que estejam com febre muito alta ou que tenham sensibilidade aos componentes da vacina.
Muitos pais aproveitaram a manhã de sábado e levaram os filhos para serem imunizados nas primeiras horas do dia. Foi o caso da nutricionista Adriana Keller, de 46, e o marido Humberto Tomicioli, que levaram o pequeno Arthur, de 4, para vacinar no Centro de Saúde Nossa Senhora de Fátima, no Bairro Serra, na Região Centro-sul. Depois de tomar as duas gotinhas, o menino saiu sorridente e imunizado.
Paralela à vacinazação contra poliomielite, está sendo realizada a campanha de multivacinação. O objetivo é atualizar e colocar em dia o cartão vacinal. Kamily Oliveira Silva, de 4, chorou um pouco antes de ser imunizada, mas, depois de receber as duas gotinhas, viu que não doía nada. A mãe da menina foi orientada a aproveitar a viagem para colocar em dia a vacina contra a febre amarela. “Estamos reforçando a campanha multivacinal para que os pais atualizem o cartão de vacina em atraso”, disse a técnica em enfermagem Elaine Vieira.
A advogada Cristiane Rossi, de 39, e o marido e também advogado Alexandre Torido, de 47, queriam atualizar o cartão vacinal de Gabriela, de 4. “Tenho que dar as vacinas contra meningite. Na rede privada, custa R$ 550”, queixou-se. Segundo ela, a vacina contra a meningite B não está sendo encontrada na rede pública. A campanha segue até 31 de agosto nos postos de saúde em todo o Brasil. Em BH, as crianças podem ser vacinadas nos 147 centros de saúde, das 8h às 17h.
Proteção em gotas
» Meta MG: 1,1 milhão de crianças
de 6 meses a 4 anos de idade
» Meta Belo Horizonte: 126.863
crianças de 6 meses a 4 anos de idade
» Quem deve ser vacinado:
crianças de 6 meses a 4 anos de idade
» Quem deve evitar a vacina:
crianças portadoras de infecções agudas, com febre acima de 38°; que estão em contato com pessoas imunodeficientes e imunodeprimidas; que tenham apresentado, no passado, qualquer reação anormal a essa vacina.
» Onde: nos centros de saúde em
todo o estado
» Quando: a campanha segue até
31 de agosto, nos centros de saúde, de 8h às 17h.