Jornal Estado de Minas

Beatificação do mineiro Padre Victor acontece em novembro


Fé, alegria e grande expectativa em Três Pontas, no Sul de Minas. Depois de uma espera de mais de 20 anos, foi marcada para 14 de novembro a cerimônia de beatificação do padre mineiro Francisco de Paula Victor (1827-1905), o Padre Victor, dono de uma legião de admiradores na região e que teve um milagre reconhecido pelo Vaticano. De acordo com a Associação Padre Victor, as autoridades em Roma aceitaram a proposta de data encaminhada pelo bispo da diocese de Campanha, dom frei Diamantino Prata de Carvalho, devendo o ato solene ocorrer no aeroporto da cidade. Há dois anos, o Sul de Minas fez festa para celebrar, em Baependi, a beatificação de Francisca de Paula de Jesus, a Nhá Chica (1810-1895).

Os próximos meses serão de intensa movimentação em Três Pontas. Em 23 de setembro, serão lembrados os 110 anos da morte de Padre Victor, tendo à frente da programação a diocese de Campanha, a Associação Padre Victor e a Paróquia de Nossa Senhora da Ajuda. A previsão é de que aumente o número de visitantes no mês que vem, pois, nas tradicionais homenagens no dia 23, a cidade recebe de 50 mil a 60 mil pessoas. Ao longo do dia, os católicos devotos agradecem bênçãos alcançadas e pedem a intercessão do religioso natural de Campanha, que era filho de uma escrava e residente em Três Pontas durante 53 anos.


No memorial dedicado ao padre Victor, um imponente casarão colonial ao lado da matriz, há, em exposição, paramentos usados pelo sacerdote, livros, fotos de procissões, objetos pessoais, uma escultura em tamanho natural e documentos. Já na Matriz de Nossa Senhora da Ajuda, a visitação ao túmulo do sacerdote é intensa. As pessoas rezam, depositam flores, fazem pedidos, enfim, demonstram a sua reverência à memória daquele que consideram um homem santo. Muitos dos devotos acreditam que, futuramente, Padre Victor será o primeiro santo negro brasileiro – de genuinamente brasileiro, só existe São Frei Galvão, canonizado em cerimônia em São Paulo em 2007, pelo papa Bento XVI.