Os envolvidos no desvio de verbas da Santa Casa de Araxá, no Triângulo Mineiro, serão investigados por outros crimes. De acordo com a Polícia Civil, uma nova investigação será aberta para apurar se houve compra de apoio político na Câmara Municipal e para analisar convênios liberados na época em que o presidente da casa, Miguel Júnior (PMDB), foi prefeito interino da cidade. Quatro pessoas continuam presas e outras sete são investigadas pelo desvio de R$ 262 mil que seriam destinados à unidade de saúde.
Além de Miguel Júnior, continuam presos os vereadores Sargento Amilton (PTdoB), José Gaspar Ferreira de Castro, o Pezão (PMDB) e um outro homem detido nesta segunda-feira. Segundo o delegado César Colombari, responsável pelas investigações, o presidente da Câmara Municipal confessou à polícia que o esquema de desvio de dinheiro da Santa Casa foi criado durante a visita do administrador da unidade de saúde ao seu gabinete. A polícia já pediu que os investigados sejam afastados de seus cargos. Eles poderão ser indiciados por peculato, organização criminosa e falsidade ideológica.
Nesta segunda-feira, três pessoas foram detidas pelo uso de suas contas correntes para descontar cheques da unidade de saúde e “lavar” os valores provenientes dos desvios. Eles assumiram que as contas foram usadas, mas dois deles foram liberados porque colaboraram com as investigações. "Não há porque manter a custódia cautelar de alguém cuja presunção de inocência vale na legislação brasileira", disse o delegado.
Valor será devolvido à Santa Casa
De acordo com o delegado César Colombari, o valor desviado será devolvido à Santa Casa de Araxá. "O trabalho da Polícia Civil junto ao Ministério Público recuperou e irá recompor todo o patrimônio lesado da Santa Casa, inclusive com valores superiores, que servirão para indenizar moralmente a instituição", explica.