Pedestres e motoristas que frequentam o Hipercentro de Belo Horizonte estão preocupados com o ritmo das obras de reorganização do trânsito no trecho formado por três esquinas: Afonso Pena com Tupinambás, Afonso Pena com Curitiba e Curitiba com Tupinambás. A previsão inicial de 15 dias de reformas no local não se concretizou. Passados 22 dias da primeira martelada, o avanço ainda é pouco visível, bem diferente dos transtornos. Pedestres passam no meio do canteiro de obras, o lixo se acumula nas valas abertas e os transeuntes perderam acessos antigos ainda sem ganhar novos. Uma fonte da BHTrans ouvida pela reportagem admite dificuldades para tocar as obras por conta da estrutura menos robusta da empresa responsável, a Construtora Alvarenga Santos. Um dos caminhos que a BHTrans busca para tentar ser mais ágil é uma licitação específica para as obras do Mobicentro, mas o edital foi suspenso ontem devido a questionamentos e impugnações dos participantes. Apesar disso, a BHTrans diz que não há problemas, já que existe um contrato que garante todas as obras necessárias para o trânsito da capital.
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BHTrans adia licitação pra contratar empresa para obras exclusivas do MobicentroPlano de mobilidade da BHTrans inclui mudança em importante cruzamento na SavassiBHTrans anuncia novas mudanças no trânsito da capital para obras do MobicentroBarro Preto tem trânsito alterado para implantação do MobicentroComeçam obras para implantação do Mobicentro na Centro-Sul de BHBHTrans começa mais uma etapa de mudanças no trânsito de Belo HorizonteObras na Praça ABC para implantação do Mobicentro começam neste mêsJá na esquina de Afonso Pena e Tupinambás, uma das frentes de obra está aberta para ampliar a calçada.
Na esquina de Tupinambás com Curitiba, um dos problemas da obra que se arrasta é a ampliação da calçada sem a proteção de tela. O desenho da travessia joga as pessoas nesse ponto, ainda irregular pela falta de concreto. Dona de uma papelaria bem em frente, Cláudia Volpini reclama da situação. “Essa obra ilustra bem a falta de capacidade de gestão e planejamento.
Lentidão repetida Uma fonte da BHTrans confirmou à reportagem que a obra segue devagar por questões de estrutura da empresa responsável, que não tem condições de avançar de forma rápida em todas as frentes ao mesmo tempo, diminuindo o ritmo. Em abril, o Estado de Minas mostrou que a obra da primeira fase do eixo Afonso Pena do Mobicentro, nas ruas Espírito Santo e Tupis, arrastava-se da mesma forma. A responsável também foi a Alvarenga Santos. A reportagem procurou a construtora, mas ninguém foi encontrado para comentar o caso. Um dos funcionários ouvidos informou que a firma tem encontrado muita interferência para realizar os serviços, principalmente no que se refere ao remanejamento de tubulações subterrâneas de vários tipos. Outro problema seria a complexidade das pedras usadas nos meios-fios tombados pelo patrimônio municipal, que são muito pesadas e demandam a presença de máquinas para serem movidas.
A BHTrans afirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que o adiamento do edital exclusivo para as obras do Mobicentro não preocupa, já que o contrato em vigor para tocar as obras no trânsito da cidade garante todas as intervenções que forem projetadas para reorganizar o tráfego no Centro de Belo Horizonte. A empresa sustenta que a interrupção foi determinada para esclarecer pontos levantados pelos participantes e o certame deverá ser retomado. Sobre as intervenções da fase 2 do Mobicentro na Afonso Pena, a empresa prometeu reforçar a segurança nos locais apontados pela reportagem, mas preferiu não firmar novo prazo.
Reorganização
O Mobicentro é um programa de reorganização do trânsito na Região Central de Belo Horizonte desenvolvido pela BHTrans com o objetivo de aumentar a segurança dos pedestres nas travessias. Muitas das modificações previstas foram pensadas para reduzir os tempos de semáforo de três estágios para dois, aumentando o período destinado à circulação do transeunte em um cruzamento. Desde outubro de 2013, o projeto já viabilizou 21 modificações. Assim que as obras da Avenida Afonso Pena com as ruas Curitiba e Tupinambás forem concluídas, estão previstas mais duas mudanças. Uma é reordenação do tráfego no cruzamento das avenidas Getúlio Vargas e Afonso Pena com a Rua Cláudio Manoel, no Bairro Funcionários, Centro-Sul da capital. A outra é uma modificação no cruzamento da Avenida Amazonas com a Rua Araguari, Bairro Santo Agostinho, na mesma região. O projeto conta com financiamento de R$ 50 milhões da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) por meio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG)..