Jornal Estado de Minas

Acusado de matar fotógrafo se passava como policial, diz delegado

O delegado Emerson Moraes, do Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa de Belo Horizonte (DHPP), responsável pela investigação do assassinato do fotógrafo Walgney Assis de Carvalho afirmou, nesta quarta-feira, que o acusado do crime se apresentava como policial civil e tinha acesso livre à delegacia de Ipatinga. O policial depôs no júri popular de Alessandro Neves Augusto, de 33 anos, conhecido como Pitote.

Conforme o delegado, o réu frequentava a delegacia porque trabalhava na cobertura policial, o que está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Civil. Assim como o acusado, Walgney de Carvalho era visto constantemente na unidade da polícia judiciária em razão da atividade profissional que exercia, segundo o delegado.

Pitote foi condenado a 16 anos de prisão pela morte do jornalista investigativo Rodrigo Neto. Ambos os assassinatos têm ligação com um grupo de extermínio que agia na região e que os jornalistas estavam investigando. O repórter, que trabalhava com Walgney, denunciou o envolvimento de policiais na série de homicídios.

Durante o depoimento, o delegado revelou que o réu teve acesso às declarações de Walgney sobre a morte de Rodrigo Neto por conta da proximidade com a polícia. Um dos jurados perguntou ao delegado se essa situação é comum e disse que não.

O júri prossegue durante a tarde e a expectativa que sentença saia nesta quarta-feira.
Walgney Assis de Carvalho foi assassinado em maio de 2013 em Ipatinga, no Vale do Aço..