A ação da Polícia Militar (PM) na primeira manifestação de movimentos sociais contra o aumento das passagens de ônibus em Belo Horizonte será discutida em audiência pública nesta sexta-feira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Os parlamentares querem discutir as denúncias de truculência dos militares durante o protesto do último dia 12. Na ocasião, balas de borrachas e bombas de gás lacrimogêneo foram usadas para dispersar os manifestantes. A PM afirma que pedras foram arremessadas contra o pelotão. Pessoas ficaram feridas e 61 ativistas foram detidos.
O encontro foi convocado pela Comissão de Direitos Humanos da ALMG. Para o deputado Cristiano Silveira (PT) destaca que deveria ter um protocolo da PM para a atuação nas manifestações. “Há relatos de exageros na atuação da polícia. Esse não foi o primeiro episódio envolvendo uma ação truculenta. Em manifestação recente perto da Cidade Administrativa, na região do Isidoro, isso também ocorreu”, disse.
Entre os convidados para a reunião, está o secretário de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, Nilmário Miranda. Ele ouviu alguns ativistas no dia segunda da manifestação do dia 12 no Escritório de Direitos Humanos. Os depoimentos serão colocados em um relatório que será encaminhado para o governador Fernando Pimentel (PT). Nilmário criticou a ação da PM no protesto.
Além dele, foram convidados o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marco Antônio Badaró Bianchini, o comandante do Batalhão de Choque da PM, tenente-coronel Gianfranco Caiafa; o comandante da 13ª Região da PM, coronel Carlos José Bratiliere, o comandante da 63ª Cia. da PM, major Edimilson Correia da Costa, a representante do Movimento Tarifa Zero, Annie Oviedo, e a professora Patrícia Santos.
Protesto pacífico
A segunda manifestação contra o aumento das passagens em BH acotneceu de forma tranquila e sem ocorrências graves. Os ativistas fizeram um acordo com a PM, na última sexta-feira, e fizeram o protesto sem ocupar todas as pistas durante o trajeto do grupo. Mesmo assim, a lentidão no trânsito prejudicou três atendimentos médicos, segundo a polícia. Em um deles uma pessoa morreu de parada cardíaca após passar mal em um ônibus.
A Justiça ainda analisa as ações da Defensoria Pública de Minas Gerais e do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) que tentam reverter o aumento das tarifas na capital mineira.