Minas tem regiões estrategicamente divididas para atendimento de saúde, mas Belo Horizonte sofre o maior impacto com a demanda do interior. A busca da população mineira por tratamentos de saúde não oferecidos nos municípios de origem dos pacientes lota as estradas de vans e micro-ônibus com destino à capital. Viagens longas, muitas vezes de até 800 quilômetros de distância, aumentam o risco de acidentes.
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Acidente no Jequitinhonha expõe perigo das viagens para tratamento médico em MinasAcidente deixa dois mortos e 30 feridos no Vale do JequitinhonhaQuatro vítimas de acidente no Vale do Jequitinhonha ainda seguem internadasAlém do perigo que as estradas oferecem, muitas delas de pista simples, e da imprudência de condutores, há outro transtorno. Motoristas que fazem essas viagens chegam a ficar quase 24 horas em trabalho. A dona de casa Mariana Silva, de 24, que mora em Lagoa da Prata, no Centro-Oeste de Minas, faz tratamento ginecológico na capital e também acompanha o marido no tratamento ortopédico em BH.
No dia do acidente com o micro-ônibus que vinha de Corinto, em que 10 pessoas ficaram feridas, a auxiliar de enfermagem Ivone Alonso de Campos, de 52 anos, também estava no veículo. Aquele foi o primeiro acidente que sofreu em seis anos de viagens para a capital. “Venho a BH pelo menos 10 vezes por mês. Apesar do grande movimento de carros e caminhões, não achava o trecho perigoso.
Sentada em um passeio da Praça Hugo Werneck – ponto de parada dos veículos de saúde que vêm do interior para a região hospitalar de Belo Horizonte –, a professora aposentada Maria José Freitas Lobato, de 65 anos, lamenta a falta de atendimento em Bom Despacho, onde mora. “É muito desconfortável e perigoso. Por mais que os motoristas dos micro-ônibus sejam cuidadosos, o risco é constante”, diz a mulher que, há mais de um ano, trata em Belo Horizonte de um rompimento de tendão em um dos braços.
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