Os integrantes dos movimentos Passe Livre BH e Tarifa Zero farão o terceiro protesto contra o aumento das passagens de ônibus da capital mineira. Desta vez, o ato será diferente. Ao invés de se concentrarem na Praça Sete, como aconteceu nas duas últimas manifestações, o grupo vai iniciar o evento, marcado para terça-feira, na Avenida Amazonas, em frente ao Cefet, no Bairro Nova Suiça, na Região Oeste.
A mudança de estratégia é para divulgar as reclamações dos grupos em outras regiões da cidade. “A gente quer descentralizar o ato. Achamos importante eventos desmistificados grandes no Centro, mas também é importante fazer a discussão em outros lugares. A Avenida Amazonas é bem grande e passa muita gente. Escolhemos o local principalmente por causa do Cefet. Lá, os alunos já tem um histórico de luta pelo passe livre”, explicou Nathália Duarte, integrante do Movimento Tarifa Zero.
O grupo ainda não definiu como será realizado o protesto. “A gente vai construir o ato em conversa com os estudantes. Vamos ver como vai acontecer, mas não descartamos uma passeata”, disse Nathália.
Este será o terceiro ato realizado pelos manifestantes desde que as passagens de ônibus tiveram reajuste de 8 de agosto. O primeiro protesto terminou em confusão entre os manifestantes e a Polícia Militar (PM). Balas de borrachas e bombas de gás lacrimogêneo foram usadas para dispersar o grupo. A PM afirma que pedras foram arremessadas contra o pelotão. Pessoas ficaram feridas e 61 ativistas foram detidos.
A segunda manifestação contra o aumento das passagens em BH aconteceu de forma tranquila e sem ocorrências graves. Os ativistas fizeram um acordo com a PM, na última sexta-feira, e fizeram o protesto sem ocupar todas as pistas durante o trajeto do grupo. Mesmo assim, a lentidão no trânsito prejudicou três atendimentos médicos, segundo a polícia. Em um deles uma pessoa morreu de parada cardíaca após passar mal em um ônibus.
A Justiça ainda analisa as ações da Defensoria Pública de Minas Gerais e do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) que tentam reverter o aumento das tarifas na capital mineira.