Quatro anos morando nas ruas com apenas uma companheira fiel: a pedra de crack. As inúmeras recaídas e a chegada ao fundo do poço nas ruas de Belo Horizonte levavam parentes e amigos a imaginar que o futuro de Wilquer da Silva, hoje com 44 anos, não combinasse com a palavra prosperidade. Mas dois anos depois da publicação da série de reportagens que mostrou o drama de Wilquer e outras nove pessoas envolvidas com o crack, veio a boa notícia. Wilquer saiu das ruas, completou um ano de trabalho em uma empresa de ônibus como cobrador, está prestes a concluir um curso de vigilante, deu entrada nos papéis para o casamento com a agente comunitária Jaqueline Cassiano, que também tem 44 anos, está longe do crack desde janeiro de 2014 e o mais importante: o sorriso no rosto resume a vitória.
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Veja como estão hoje os usuários de crack acompanhados pelo EM em 2013Livro desvenda o universo do crack nas ruas de Belo HorizonteCasa em BH vai acolher filhos de usuárias de drogas de até 1 anoServas e TJMG lançam projeto pela inclusão social de moradores de rua“Todo mundo tem condição de ajudar alguém. O Wilquer sempre me pareceu uma pessoa boa e, normalmente, quem está na situação em que ele estava fica invisível perante a sociedade. A minha sensação ao ver o sucesso dele é de alegria como cidadão, cristão e também como policial militar, pois exerci minha função de mostrar que ele pode crescer”, diz o militar. A noiva Jaqueline diz que teve dúvidas no início do relacionamento, há nove meses, se conseguiria assimilar o passado de Wilquer, mas, percebendo que o futuro marido é uma pessoa de ótimo coração, topou o relacionamento. Ela é uma das pessoas que mais dá forças e incentiva o cobrador a crescer. “Eu sempre cobro algumas coisas para ele ir melhorando.