Entre janeiro e julho de 2015, os registros de roubos em Minas Gerais aumentaram 18,41% em comparação ao mesmo período do ano passado, saindo de 53.352 ocorrências e saltando para 63.175. Belo Horizonte segue as estatísticas e tem alta de 15,5%. O secretário-adjunto de Defesa Social do estado, Rodrigo de Melo Teixeira, afirma que o aumento de efetivo da Polícia Militar (PM) – com o encerramento de concursos públicos que estão em andamento e a transferência de policiais dos setores administrativos para as ruas – vai ajudar a travar os roubos. Os outros crimes violentos, entre eles os homicídios, tiveram queda nos últimos sete meses em Minas, apontam números divulgados ontem pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds).
“Não existe uma qualificação para o roubo. As estatísticas podem incluir tanto os crimes praticados por organizações especializadas, como roubos a bancos, quanto os feitos por usuários de crack, por exemplo, que abordam as pessoas nas ruas. O primeiro crime se combate com investigação da Polícia Civil. O segundo, que é pulverizado, só se combate com a presença de homens nas ruas e a ostensividade”, explica o secretário-adjunto Rodrigo Teixeira.
De acordo com a Seds, uma das medidas para aumentar o efetivo da PM nas ruas já está em fase de estudo. “Os policiais da atividade-meio devem ser trocados por servidores civis nas atividades. Em médio prazo, haverá mais homens nas ruas para combater esse tipo de crime”, afirma Teixeira. Dois concursos públicos da corporação, que já estão em andamento, também aumentarão o efetivo, diz o secretário-adjunto. Somente para a capital mineira, serão 1,2 mil vagas, contabiliza.
Cobrança O juiz Eduardo Machado, integrante da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), por sua vez, critica a alta nos números, diz que o governo tem condições de mudar as estatísticas e lista uma séria de medidas que precisam ser adotadas para diminuir a criminalidade e, consequentemente, os delitos contra o patrimônio. Segundo ele, são três os pontos-chave: aparelhamento de unidades, investigação e apreensão de armas. “É preciso investir em pessoal, tecnologia, além de comprar viaturas e melhorar condições de trabalho em companhias, delegacias e penitenciárias. Por outro lado, é preciso qualificar pessoal para investigação e cumprir mandados de prisão em aberto, que hoje são milhares”, afirma. O juiz destaca ainda a necessidade de criar e manter uma campanha de apreensão de armas, para retirá-las das mãos de bandidos. De janeiro a julho de 2014, foram registrados 53.352 roubos no estado.Em igual período deste ano foram 63.175 roubos, quase 10 mil a mais. Na capital mineira, houve um salto de 20.111 para 23.229. Além de BH, outras 12 cidades tiveram aumento no número de roubos. Na região metropolitana, Betim registrou aumento de 24,32%.
As taxas também subiram expressivamente em Contagem (22,36%), Santa Luzia (72,45%) e Ribeirão das Neves (85,43%). Fora da RMBH, foram registradas altas em Sete Lagoas (41,99%), na Região Central do estado; Divinópolis (6,28%) e Nova Serrana (3,79%), no Centro-Oeste; Montes Claros (41,46%), no Norte de Minas; Ipatinga (17,48%), no Vale do Aço; Juiz de Fora (7,88%), na Zona da Mata, e Uberaba (1,53%), no Triângulo Mineiro. Em Uberlândia, na mesma região, houve uma queda de 22,79%.
Em contrapartida, outros crimes violentos tiveram queda no estado no mesmo período. Os homicídios consumados recuaram 10,2%, os homicídios tentados, 15,42%, os estupros consumados, 3,40%, os estupros tentados, 15,81%, os estupros de vulneráveis consumados, 8%, os estupros de vulneráveis tentados, 2,10%, os casos de extorsão mediante sequestro, 31,94%, e de sequestro e cárcere privado, 18,86%. Belo Horizonte também teve queda nos assassinatos de janeiro a julho de 2015. O total foi 30,8% menor que o registrado em igual período do ano passado. Já o crime de estupro consumado cresceu 11,5% na capital mineira.