Juramento – O transporte intermunicipal feito por táxis não é permitido pela legislação. Porém, nas pequenas cidades do Norte de Minas, os “táxis clandestinos” são mais procurados pelos moradores do que os ônibus. É o caso de Juramento, de 4,1 mil habitantes.
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'Facebook carona': nova opção de transporte clandestino é usada no Norte de MinasFalhas dos ônibus regularizados expõem passageiros a riscos em MinasEmpresas usam recurso judicial para transportar passageiros Motoristas clandestinos disputam passageiros e expõem o perigo no sertão de MinasGaragens de empresas viram cemitérios de carcaças por causa dos clandestinosVeículos clandestinos captam corridas nas brechas da lei no Norte de MinasDER garante que não há tolerância com transporte clandestino“Vou de táxi porque é mais rápido que ônibus”, diz a aposentada Maria José de Souza, ao ser perguntada sobre o meio que usa para viajar até Montes Claros, não manifestando nenhuma preocupação sobre o fato de o serviço ser clandestino. “O táxi não atrasa e pega a gente em casa”, alegou.
A doméstica Eliete Batista de Almeida diz que sempre leva o filho Taylor, de 2 anos, para realizar tratamento de saúde em Montes Claros. “A vantagem do táxi é que me leva até o consultório médico”, detalha a mulher. Outra moradora de Juramento, que também revela recorrer ao “serviço intermunicipal”, é a funcionária pública aposentada Terezinha Fiúza Silva, entretanto, ela admite que o fato de o transporte ser clandestino acaba gerando preocupação, devido à falta de cobertura em caso de acidentes.
A viagem de táxi entre Juramento e Montes Claros custa R$ 10.
S., um dos taxistas de Juramento, disse que viaja para Montes Claros com liminar judicial. Ele defendeu que o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) crie medidas para permitir que os taxistas também façam o transporte intermunicipal. “Acho que tem espaço para o ônibus e taxistas rodarem tranquilamente nas estradas”, diz ele.
Ponto em Montes Claros
Em Montes Claros, o principal ponto dos chamados “táxis clandestinos” fica na antiga “Socomil”, na Avenida Artur Bernardes, no Centro. Ali, os taxistas pegam passageiros para diversas cidades que têm acesso pela BR-135, como Mirabela, Brasília de Minas, São João da Ponte, São Francisco, Januária e Ubaí. No local, há movimento diário de cerca de 100 taxistas de municípios norte-mineiros, que estacionam seus veículos nas proximidades da Artur Bernardes.
Rodando com o perigo
O Estado de Minas publicou desde domingo a série “Transporte sem lei”, que retratou o perigo de viagens pelo sertão mineiro, muitas delas feitas de forma clandestina.