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Estado de Minas TRANSPORTE SEM LEI

Serviços ilegais de transporte 'reinam' no interior de Minas

Táxis clandestinos são mais procurados pelos moradores que os ônibus


postado em 25/08/2015 06:00 / atualizado em 25/08/2015 07:46

Taxista pega passageiro em Juramento para levá-lo até Montes Claros: serviço clandestino é rotina na cidade(foto: Luiz Ribeiro/DA Press)
Taxista pega passageiro em Juramento para levá-lo até Montes Claros: serviço clandestino é rotina na cidade (foto: Luiz Ribeiro/DA Press)

Juramento
– O transporte intermunicipal feito por táxis não é permitido pela legislação. Porém, nas pequenas cidades do Norte de Minas, os “táxis clandestinos” são mais procurados pelos moradores do que os ônibus. É o caso de Juramento, de 4,1 mil habitantes.

A cidade tem cerca de 20 táxis emplacados no município. Praticamente todos os taxistas de Juramento se dedicam a levar passageiros para tratamento médico, fazer compras e outros compromissos em Montes Claros, polo regional a 36 quilômetros. Alguns deles alegam que rodam com base em liminares judiciais.

“Vou de táxi porque é mais rápido que ônibus”, diz a aposentada Maria José de Souza, ao ser perguntada sobre o meio que usa para viajar até Montes Claros, não manifestando nenhuma preocupação sobre o fato de o serviço ser clandestino. “O táxi não atrasa e pega a gente em casa”, alegou.

A doméstica Eliete Batista de Almeida diz que sempre leva o filho Taylor, de 2 anos, para realizar tratamento de saúde em Montes Claros. “A vantagem do táxi é que me leva até o consultório médico”, detalha a mulher. Outra moradora de Juramento, que também revela recorrer ao “serviço intermunicipal”, é a funcionária pública aposentada Terezinha Fiúza Silva, entretanto, ela admite que o fato de o transporte ser clandestino acaba gerando preocupação, devido à falta de cobertura em caso de acidentes.

A viagem de táxi entre Juramento e Montes Claros custa R$ 10. Com a concorrência dos veículos de aluguel, a empresa concessionária da linha colocou no trecho ônibus com banco não acolchoados (semelhantes aos urbanos), em três horários. Com isso, baixou o preço da passagem, de R$ 8 para R$ 5. Mesmo assim, enfrenta a “fuga” de passageiros.

S., um dos taxistas de Juramento, disse que viaja para Montes Claros com liminar judicial. Ele defendeu que o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) crie medidas para permitir que os taxistas também façam o transporte intermunicipal. “Acho que tem espaço para o ônibus e taxistas rodarem tranquilamente nas estradas”, diz ele.

Ponto em Montes Claros

Em Montes Claros, o principal ponto dos chamados “táxis clandestinos” fica na antiga “Socomil”, na Avenida Artur Bernardes, no Centro. Ali, os taxistas pegam passageiros para diversas cidades que têm acesso pela BR-135, como Mirabela, Brasília de Minas, São João da Ponte, São Francisco, Januária e Ubaí. No local, há movimento diário de cerca de 100 taxistas de municípios norte-mineiros, que estacionam seus veículos nas proximidades da Artur Bernardes.

Rodando com o perigo
O Estado de Minas publicou desde domingo a série “Transporte sem lei”, que retratou o perigo de viagens pelo sertão mineiro, muitas delas feitas de forma clandestina. A série ainda relatou a disputa por passageiros em um vale-tudo que quebra empresas e ameaça usuários em estradas sem estrutura.


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