Jornal Estado de Minas

Estelionatários suspeitos de aplicar golpe de R$ 10 mi serão ouvidos na segunda-feira

Ao todo, foram apreendidos R$ 310 mil em dinheiro durante a operação - Foto: Gil Leonardi - Imprensa MG
A megaoperação entre as policiais Federal, Civil e Militar, além do Corpo de Bombeiros e Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) para prender uma quadrilha de estelionatários que aplicava golpes em pensionistas e servidores públicos terminou na madrugada desta quinta-feira. Ao todo, 39 pessoas foram presas e aproximadamente R$ 310 mil foram apreendidos. O grupo atuava em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. De acordo com a Polícia Civil, os presos começarão a ser interrogados na próxima segunda-feira. Os computadores apreendidos já estão sendo analisados. O prejuízo estimado com o crime é de R$ 10 milhões.

As investigações resultaram na confecção de diversos relatórios. Os documentos foram encaminhados para mais de três mil pessoas ligadas ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Defensoria Pública e ao Sistema Prisional.
Os órgãos vão avaliar as prisões e as apreensões realizadas na operação.

A ação envolveu 300 policiais civis, federais, militares e agentes penitenciários. Os mandados foram cumpridos em oito cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, mas o inquérito será concluído na capital mineira, onde está uma das vítimas identificadas pela polícia. Ao todo, foram 39 pessoas presas. Os veículos apreendidos na operação devem chegar a Minas Gerais ainda nesta quinta-feira. A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais (FICCO-MG) já iniciou a análise dos conteúdos existentes nos computadores apreendidos. Estão sendo conferidos a procedência dos demais produtos encontrados.


As investigações apontam que a quadrilha abordavam as vítimas com o envio de falsas notificações judiciais que noticiavam supostos créditos oriundos de previdência complementar, com as quais haviam contribuído no passado. Para a liberação do dinheiro prometido, o grupo exigia a antecipação de valores a título de impostos e custas processuais. As vítimas, a maioria servidores públicos e pensionistas, depositavam elevadas quantias em contas repassadas pelos criminosos e, então, se davam conta que os créditos a que teriam direito eram fictícios.



O delegado da Polícia Federal, Flávio Albergaria, disse na quarta-feira, que a maioria das vítimas começavam enviando valores entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, mas os valores iam crescendo e podiam chegar a valores gigantescos. Uma das vítimas chegou a depositar um milhão na conta dos criminosos.

Os líderes do grupo, Janete Gomes e o marido dela, foram presos na Zona Sul de São Paulo. Na casa do casal, a polícia encontrou dinheiro, carros e listas de contato que comprovam a participação nos golpes. As investigações mostraram que organização criminosa conseguia as informações das vítimas por meio de bancos de dados roubados.

Os presos vão responder pelos crimes de organização criminosa e estelionato, cujas penas somadas podem chegar a 13 anos de prisão. .