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Estado de Minas

Sindicato dos dos Taxistas de BH repudia violência

Motorista do Uber diz ter sido agredido na Avenida Raja Gabaglia. Presidente do Sincavir disse "repudiar integralmente a violência"


postado em 29/08/2015 06:00 / atualizado em 29/08/2015 07:40

Vidros do carro de parceiro do Uber foram quebrados e o motorista e clientes agredidos na madrugada de ontem: condutor acusa taxistas(foto: Túlio Santos/EM/DA Press)
Vidros do carro de parceiro do Uber foram quebrados e o motorista e clientes agredidos na madrugada de ontem: condutor acusa taxistas (foto: Túlio Santos/EM/DA Press)

A madrugada de ontem em Belo Horizonte foi marcada por mais uma briga entre taxistas e um motorista do aplicativo Uber. Por volta das 4h30, José (nome fictício), de 23 anos, foi acionado para atender uma corrida solicitada por quatro rapazes que estavam numa boate na Avenida Raja Gabaglia, no Bairro Estoril, Região Oeste da cidade.

“Assim que estacionei meu carro (Fluence), três taxistas me cercaram. Um deles bateu no cliente que estava no banco do passageiro e, em seguida, acertou meu rosto e meu ombro com uma pedra. Enquanto isso, os demais taxistas danificaram meu veículo”, contou José, que registrou dois boletins de ocorrência. O primeiro, por danos ao veículo. Depois, segundo a Polícia Civil, ele relatou na 4ª Delegacia do Barreiro que foi ferido no episódio. A delegada Sônia Miranda o encaminhou para exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).

Na versão dele, um taxista arranhou a lataria do veículo. Outro arremessou pedras que quebraram quatro vidros – o dianteiro, o traseiro e os dois laterais da parte de trás. Os faróis, o retrovisor ao lado do condutor e o capô também foram danificados. José precisará desembolsar em torno de R$ 7 mil para reparar o veículo. O carro ficará na oficina por cerca de duas semanas.

“Já tentaram me intimidar antes, mas uma covardia como a que fizeram comigo ontem nunca não tinha acontecido”, contou o rapaz. Segundo ele, havia cerca de oito taxistas no local, mas só três ou quatro participaram da agressão, enquanto os outros pediam que eles ficassem quietos. Logo depois da agressão, o motorista afirma ter entrado no carro e arrancado.

O condutor agredido disse ter acionado o Uber para que a empresa fosse atrás dos passageiros. “Eles podem estar precisando de alguma ajuda moral ou financeira. Como não temos acesso ao número de telefone deles, pedi que a empresa os procurasse”, contou. Ele afirmou ainda que, logo depois da confusão, ligou para um outro motorista do aplicativo e pediu que ele fosse até a Avenida Raja Gabaglia para verificar se os passageiros ainda estavam lá.

Pela manhã, em protesto contra o episódio de violência, amigos do motorista providenciaram um guincho para levar o veículo que teria sido atacado por taxistas para o entorno da Assembleia Legislativa, onde uma audiência pública sobre o futuro do Uber era realizada.

O diretor-presidente do Sindicato dos Taxistas de Belo Horizonte (Sincavir/BH), Ricardo Faeda, disse “repudiar integralmente a violência”. “Peço aos cidadãos que usam o transporte ilegal as minhas sinceras desculpas como representante da categoria”, declarou Faeda. Em nota, a empresa do aplicativo repudiou a violência e disse acreditar que conflitos devam ser administrados pelo debate de ideias entre todas as partes, e que o diálogo deve incluir, principalmente, a sociedade.


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