Violência gera violência, barulho e desentendimento no trânsito: uma “fechada” num veículo pode resultar em palavrões; o desrespeito à faixa de pedestres, em gestos obscenos; e o avanço de sinal, em consequências mais graves para quem está nas ruas. O único antídoto para esse mal é a gentileza, acreditam condutores e agentes de bordo (trocadores) de ônibus, juntos diariamente para conduzir trabalhadores, estudantes, donas de casa e demais passageiros. “A gentileza é um conjunto de ações e reúne paciência, atenção às leis, cuidado com as pessoas dentro e fora do coletivo e, claro, boa educação”, diz o motorista Celestino Ribeiro de Oliveira, de 49 anos, e 23 de profissão, da empresa Auto Omnibus Nova Suíssa.
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Belo-horizontinos de diferentes regiões e classes sociais adotam a gentilezaMúsicos 'oferecem' alegria nas praças de Belo HorizonteRecolher sujeira dos pets nas ruas é demonstração de respeito pelo espaço comum“Num sábado, por volta das 11h, passava pela Rua Campos Sales, no Bairro Gameleira. Estava na minha mão e, ao fazer uma conversão, ouvi um motoqueiro buzinando. Como estava certo, segui meu caminho. E não é que ele veio atrás, ficando bem próximo do veículo? Depois de um tempo, parei no sinal e ele bateu na minha janela, furioso.
Especialistas lembram que o estresse ocorre num espaço alterado pelos congestionamentos, poluição sonora, com a estridência das buzinas e, também, visual e do ar. “Isso tudo interfere na questão emocional, tendo em vista que a mobilidade em BH se faz com o transporte rodoviário. Há uma contaminação do ambiente, as pessoas não querem dar lugar para as outras passarem, enfim, muitas vezes faltam bom relacionamento, paciência e respeito”, diz a coordenadora do curso de engenharia ambiental do Uni-BH, Gabriela Camargos Lima.
COOPERAÇÃO “Quem não acredita em gentileza não crê em cooperação”, revela o motorista Wanderley Moreira da Silva, de 47. “O dia, geralmente, é estressante para todo mundo. Então, o melhor jeito é não se exaltar diante das situações.
Homens e mulheres enfrentam os mesmos desafios. Recém-chegada à empresa, a agente de bordo Lílian Aparecida Duarte Pereira, de 35, casada, já percebeu que o trânsito não é brincadeira. “A partir das 17h, então, fica pior, é a hora mais estressante. Parece que todos ficam mais acelerados, apressados para chegar em casa, com os nervos à flor da pele. “O respeito ao próximo é essencial. Procuro dar sempre um bom-dia, desejar uma boa-tarde, com um sorriso, a quem passa pela roleta.
Os treinamentos nas empresas de ônibus da capital atingem cerca de 15 mil profissisonais, entre motoristas e trocadores. “O objetivo é melhorar a relação com os usuários, especialmente no aspecto comportamental, levando o grupo a ter atitudes mais receptivas e de gentileza”, explica a psicóloga Eliane Zaorlini, do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH). (GW)
#Bhmaisgentil
Os Diários Associados promovem campanha de mobilização social abordando assuntos relacionados a trânsito, cultura e sustentabilidade. A meta da campanha, batizada de #Bhmaisgentil, é fazer de Belo Horizonte a capital mais gentil do Brasil, sugerindo ações simples como distribuir sorrisos, não jogar lixo na rua, desligar os celulares nos cinemas e teatros, entre outras.
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Os Diários Associados promovem campanha de mobilização social abordando assuntos relacionados a trânsito, cultura e sustentabilidade. A meta da campanha, batizada de #Bhmaisgentil, é fazer de Belo Horizonte a capital mais gentil do Brasil, sugerindo ações simples como distribuir sorrisos, não jogar lixo na rua, desligar os celulares nos cinemas e teatros, entre outras.