A regulamentação da operação de drones deve restringir a 30 metros a distância entre o aparelho e quem está abaixo. Pelo menos é o que pretende a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ao apresentar suas propostas para nortear as discussões da audiência pública que visa normatizar o uso de Veículos Aéreos Não Tripulados (Vant), conhecidos como Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPA), que incluem drones e aeromodelos. Sugestões relativas ao assunto podem ser enviadas pelos brasileiros até as 18h de 3 de outubro pelo e-mail rpas@anac.gov.br.
A Anac divulgou nesta quarta-feira propostas com regras para a operação dos aparelhos em atividades profissionais. Porém, flexibilizou o uso recreativo. Estes drones, segundo o documento, se enquadram na classe 3, aeronaves com peso menor ou igual a 25 quilos, e dispensa licença e habilitação do piloto, desde que operados no limite de 400 pés (cerca de 120 metros) acima do nível do solo e em linha visada visual. Apenas os aparelhos seriam cadastrados, com informações sobre o equipamento e seu operador.
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Inteligência artificial dos drones pode ajudar cada vez mais em diferentes áreas Zumbido dos drones em breve será mais um ruído cotidiano 'Drones' de uso civil decolam no Salão CES em Las VegasO empresário Cristiano Chichorro, diretor técnico de uma empresa que vende drones e treina operadores para os aparelhos, diz que a iniciativa de regulamentação é um desafio não apenas no Brasil, já que o uso dessas aeronaves, devido ao bom custo/benefício, tem atraído vários setores empresariais. “A operação dos drones não é simples. Exige perícia e responsabilidade, além de conhecimentos básicos de espaço aéreo, meteorologia”, alerta.
Para o empresário, a regulamentação para utilização de drones não é simples. “Muitos países estão nesse processo, que e creio ser de médio a longo prazo. Não é possível prever e regulamentar integralmente todas as atividades que podem ser executadas com drones. Acrescentaria regras mais detalhada sobre o voo em áreas urbanas, creio ser algo a ser detalhado para minimizar os riscos de danos a terceiros”, aponta Chichorro.
Cristiano Chichorro vê pontos a ser melhorados na proposta da Anac. “A limitação de idade é uma questão complexa, que deve ser debatida e analisada com mais critério técnico”, pontuou.
O piloto Cássio Alvim criticou a minuta da Anac por não estabelecer regras para aeromodelos, que são aeronaves destinadas à recreação, que incluí alguns drones. “No mínimo deveria ser obrigatório o registro. Em relação à idade, sendo para lazer, pode-se até permitir que adolescentes operem, desde que acompanhados de adultos. Atualmente, os clubes de aeromodelismos que se encarregam de apontar parâmetros para a prática esportiva. Mas não fiscalização de órgãos públicos, e qualquer um pode comprar na internet um aparelho e sair por aí colocando em risco a segurança dele e das pessoas”, protestou..