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Estado de Minas

Fundação Municipal de Cultura cria diretoria para cuidar do conjunto arquitetônico da Pampulha

Novo setor municipal ficará responsável por acompanhar processo de reconhecimento pela Unesco


postado em 04/09/2015 06:00 / atualizado em 04/09/2015 06:43

Igreja de São Francisco de Assis, obra de Oscar Niemeyer: representante da Unesco virá a BH no fim do mês(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press 16/7/15)
Igreja de São Francisco de Assis, obra de Oscar Niemeyer: representante da Unesco virá a BH no fim do mês (foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press 16/7/15)

Novo setor municipal para cuidar da região que pretende se tornar patrimônio cultural da humanidade. Tomará posse hoje, como diretora do Conjunto Moderno da Pampulha, braço da Fundação Municipal de Cultura (FMC), a arquiteta Luciana Rocha Feres, que estava antes à frente da diretoria de Museus da instituição. A informação foi divulgada ontem pelo presidente da FMC, Leônidas Oliveira, durante a posse, na sede da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), do comitê gestor da Pampulha. O grupo com 26 titulares e 26 suplentes, instituído via portaria do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), reúne representantes governamentais e não-governamentais para promover a articulação entre as políticas municipal, estadual e federal voltadas para a Pampulha.

Uma das primeiras tarefas de Luciana será integrar a missão, no próximo dia 28, que acompanhará consultora venezuelana Maria Eugênia Bacci, do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), que fará a avaliação final sobre o conjunto arquitetônio modernista projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012) e construído à beira da lagoa na década de 1940. Durante cinco dias, a visitante, especialista em arquetitura moderna, vai promover reuniões técnicas e sabatinas sobre o tema. Em março, a candidatura foi aceita e o dossiê encaminhado aos órgãos consultivos que auxiliam a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A presidente do Iphan, Jurema Machado, lembrou que, com a conquista do título, será a consagração para o legado de Oscar Niemeyer (1902-1998), já que até hoje nenhuma de suas obras, distribuídas por vários países, teve esse reconhecimento. No caso de Brasília, foi destacado o plano piloto, projeto de autoria do também arquiteto Lúcio Costa (1902-1998).

Jurema, que participou da cerimônia de posse ao lado do prefeito Marcio Lacerda, reiteirou a sua confiança na conquista. “Há três anos, estamos acompanhando esse processo e, posso garantir, poucas vezes vi um dossiê tão completo como o que foi encaminhado pelas autoridades à Unesco”, disse Jurema. Ela explicou o trabalho do comitê gestor é essencialmente para organizar as ações sobre e fazer uma interlocução, sobre a preservação, com a instituição das Organização das Nações Unidas (ONU). Como coordenadora do comitê, estará a superintendente do Iphan em Minas, Célia Corsino.

DESPOLUIÇÃO Embora destacando que a Unesco leva em consideração o conjunto arquitetônico e não o espelho-d’água, o prefeito falou sobre as medidas que a PBH executa para despoluir a lagoa, entre elas, o desassoreamento, com retirada de 800 mil metros cúbicos de resíduos. E ressaltou as medidas conduzidas pela Copasa, como as redes coletoras de esgoto que estão sendo concluídas no município vizinho de Contagem e adiantou sobre a construção de estações de tratamento nos córregos tributários da barragem da Pampulha.

Nos últimos 15 dias, segundo o presidente da FMC, a prefeitura está fazendo uma operação pente-fino na orla da lagoa, tendo em visita da comissão do Icomos. Estão sendo feitos reparos nas calçadas, recolhimento de lixo, pintura de faixas de pedestres e outros serviços.

Luciana Rocha Feres, arquiteta e diretora do Conjunto Moderno da Pampulha(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)
Luciana Rocha Feres, arquiteta e diretora do Conjunto Moderno da Pampulha (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)
A Pampulha está na lista indicativa do Brasil desde 1996 e sua candidatura a Patrimônio Cultural da Humanidade foi retomada pela prefeitura em dezembro de 2012. O Conjunto Moderno da Pampulha inclui os edifícios e jardins da Igreja de São Francisco de Assis, o atual Museu de Arte da Pampulha (antigo Cassino), a Casa do Baile (atual Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte), o Iate Golfe Clube (hoje Iate Tênis Clube), além da residência de Juscelino Kubitschek, o espelho d’água e a orla da Lagoa no trecho que os articula.

Três perguntas para Luciana Rocha Feres, arquiteta e diretora do Conjunto Moderno da Pampulha

Qual será o seu trabalho nessa nova diretoria?
Faremos um trabalho de articulação com o comitê gestor empossado hoje (ontem) e coordenado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Vamos promover uma gestão integrada, corrigir problemas, buscar soluções e compartilhar os projetos

E os desafios?
São muitos, mas todos precisam olhar de uma forma cuidadosa para a Pampulha. Trata-se de uma área urbana, que tem tombamento nas três esferas – federal, estadual e municipal – e já está numa Área de Diretrizes Especiais (ADE). É fundamental que todos compreendam a Pampulha a partir do seu patrimônio – é a lógica da preservação

Qual a vantagem de ser patrimônio da humanidade?
Significa que o bem está no mapa internacional, que Belo Horizonte estará num circuito de turismo e, consequentemente, poderá ter melhores serviços. O título também permitirá o acesso a linhas de financiamentos. A próxima visita da consultora será um raio-x no trabalho que foi feito na Pampulha.


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