Jornal Estado de Minas

Benjamim Guimarães sofre com a estiagem e não navega há mais de um ano


A emoção do público com a Sinfonia do Velho Chico é um contraste dos marujos do Benjamim Guimarães, o único barco a vapor em atividade no mundo. Construído em 1913, a embarcação não sai do lugar, há pouco mais de um ano, em razão da forte estiagem que castiga todo o país e que reduziu o leito do Rio São Francisco. Os turistas continuam com acesso ao interior do barco, mas o glamour dos passeios aos fins de semana à Barra do Guaicuí, distrito de Várzea da Palma que surgiu a poucos metros do encontro do Velho Chico com o Rio das Velhas, a algumas léguas rio abaixo, dependem do fim da estiagem.

Quem visitar o barco vai ouvir o lamento da tripulação, mas poderá ouvir histórias curiosas, como o dia em que o Benjamim Guimarães foi atacado pelo bando de Virgulino Ferreira da Silva (1898-1938), o Lampião. Dizem que o grupo do cangaceiro planejou saquear a carga do vapor, atirando contra o barco. Mas o comandante conduziu o vapor para margem oposta, longe do alcance dos disparos.