A ideia de fazer o bem sempre existiu. Uma noite, passando pelo Centro da capital, o corretor de imóveis e estudante de educação física Cristóvão Miguel da Silva, de 31 anos, avistou um grupo de pessoas doando alimentos para moradores de rua e se sensibilizou. Convidou o sobrinho e a sobrinha com o namorado para começarem a fazer o mesmo, percorrendo regiões em busca de quem necessitasse de alimento.
Hoje, o projeto “Obreiros do bem” já conta com 40 voluntários, que se dividem em três grupos e oferecem pão, achocolatado e suco para moradores de rua no entorno da Praça Raul Soares, Região Hospitalar e Bairro Lagoinha. Todo o lanche é preparado em uma cozinha ainda improvisada, no Centro Espírita Amor e Caridade, no Bairro Santa Efigênia. O espaço está ganhando novos equipamentos e a intenção é aumentar os trabalhos voluntários, arrecadando alimentos não perecíveis e cadastrando famílias para o recebimento de cestas básicas.
Cristóvão conta que, ao fim de cada tarefa, os voluntários fazem uma prece com os moradores, levando uma palavra de conforto a quem precisa. “Já vivemos situações emocionantes. Um senhor nos relatou que também vivia nas ruas, e, ouvindo um grupo como o nosso, resolveu voltar para a família e acabou tirando outras pessoas da situação que ele um dia viveu.”
RESPEITO Os voluntários percorrem as três regiões toda sexta-feira, das 21h às 23h. O corretor imobiliário ressalta a importância de fazer o bem e diz que o maior aliado deles é o respeito dos moradores. “Às vezes, aquele é o único alimento que têm no dia e nos valorizam por isso. Vários moradores vêm de outras cidades, não conseguem emprego e acabam indo para as ruas. Eles dizem que, em outras grandes capitais, não encontram tanta solidariedade como aqui. É um trabalho gratificante.”
O grupo disse que pretende ainda intensificar um projeto já existente no centro espírita, fazendo visitas a asilos e levando palavras de carinho e fé aos idosos.