Somente no mês passado, quando o menino Pedrinho, que tinha a mesma síndrome, veio a falecer, que a família de Lalá tomou conhecimento sobre a possibilidade de a União custear a cirurgia de transplante de órgãos nos Estados Unidos, por meio de uma decisão judicial. A esperança da família foi então renovada e a mãe da pequena, a ex-balconista Adriana Domiciano Furtado, de 26 anos, moradora de Juatuba, procurou o mesmo advogado que cuidava da ação do menino Pedrinho e entrou na Justiça, na intenção de conseguir o tratamento.
O advogado José Antônio Guimarães Fraga afirma que havia ajuizado a ação da menina Lalá há uma semana, tempo insuficiente para receber um posicionamento positivo da União. Lavínia precisou fazer um procedimento cirúrgico que durou mais de sete horas na noite de ontem. Segundo informações do advogado, ela perdeu muito sangue e teve febre alta na madrugada e não resistiu. Fraga lamenta a morte da menina e afirma que o Estado precisa olhar com mais atenção para o assunto. “O caso da Lalá não foi como o do Pedrinho, que a União demorou para liberar o tratamento. Infelizmente, entramos com a ação tarde e ela não resistiu. Hoje perdemos uma menina e amanhã vamos perder outros se não houver uma movimentação do governo”, afirma Fraga.
Síndrome do intestino curto
A Doença de Richard Hirschsprung (Síndrome do Intestino Curto) é uma rara malformação congênita, que acomete de 2% a 3% dos recém-nascidos no Brasil. A doença genética é caracterizada por uma alteração no desenvolvimento do sistema nervoso ligado ao intestino. Em função do quadro, o paciente não consegue se alimentar por via oral e precisa ser submetido à nutrição parenteral.