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Estado de Minas

Moradores de BH comemoram dias nublados e chuvosos

Previsão é de mais precipitações na maioria das regiões de Minas até sábado


postado em 09/09/2015 06:00 / atualizado em 09/09/2015 11:37

A arquivista Sabrina dos Santos exibe com satisfação a sombrinha, guardada desde 5 de maio, enquanto o restaurador Rubens Lima comemora também o alívio no bolso, faturando com consertos(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
A arquivista Sabrina dos Santos exibe com satisfação a sombrinha, guardada desde 5 de maio, enquanto o restaurador Rubens Lima comemora também o alívio no bolso, faturando com consertos (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

A chuva dos primeiros dias de setembro alegrou os belo-horizontinos e afastou os efeitos da estiagem e baixa umidade relativa do ar desses últimos dias de inverno. Muita gente acordou com o barulho das gotas nas janelas e o cheiro de terra molhada, há muito não sentido na capital mineira. A precipitação seguiu, no horário de muita gente ir para o trabalho, mas ninguém reclamou. Ao contrário: foi um prazer tirar os guarda-chuvas e sombrinhas dos armários. A umidade do ar passou de 20%, considerado estado de alerta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para 78%, de acordo com o TempoClima PUC Minas. Como em um balé, as sombrinhas mudaram a paisagem das ruas da capital, tornando-a mais colorida.

As pessoas comemoraram a chuva com razão. Entre os dias 4 e 8, foram registrados 18,4 milímetros na Estação Meteorológica de Cercadinho. Isso corresponde a 10 vezes o volume de chuva de todo o mês de setembro do ano passado. A chuva não pegou desprevenida a arquivista Sabrina Danielle dos Santos, de 21 anos. Na tarde de ontem, ela exibiu com satisfação a sobrinha, enquanto passeava pela Praça da Liberdade. A jovem nem lembrava, fora ontem, qual foi a última vez que teve que se proteger da chuva. “Não me lembro do último dia que choveu. Acho que minha sombrinha ficou sete meses guardada”, calculou. Ela quase acertou. A última chuva na capital havia sido em 5 de maio, quando, em 24 horas, foram registrados 40 milímetros. A saladeira Ana Paula Trindade, de 40, pegou a garoa da manhã, quando ia para o trabalho. Não se importou. “Boa demais. Temos que comemorar. O tempo estava muito seco”, considerou.

FRENTE FRIA A servidora pública Isabel Raimundo Caldas, de 46, também comemorou o fim da estiagem. “Todo mundo está feliz com essa chuva maravilhosa. Estávamos precisando muito dela. Começou cedo e tomara que continue”, diz ela que tem quatro sombrinhas em casa. O pedido de Isabel será atendido até sábado, de acordo com as previsões do TempoClima PUC Minas. O meteorologista Heriberto dos Anjos informou que as áreas de instabilidade se intensificaram nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. Elas são causadas por uma frente fria que se desloca do litoral do Paraná. “É uma situação que nos anima, porque, em anos anteriores, não choveu em setembro”, disse o meteorologista. No entanto, ele lembra que ainda não é o início da temporada chuvosa.

A maior presença de vapor d’água na atmosfera melhorou bastante a qualidade do ar, cortando os efeitos da poluição e a intensificação de problemas respiratórios e alergias causados pela baixa umidade. Para os próximos dias, a umidade deverá ficar em torno de 60%. Entre 21% e 30% é considerado estado de atenção, de 12% a 20%, alerta, e abaixo de 12%, emergência. A temperatura também caiu. Ontem, a mínima ficou em torno de 16 graus centígrados e a máxima, 22°. Para hoje, a previsão é de mínima de 16° e máxima de 25°. Também há previsão de chuva para o Sul de Minas, Zona da Mata, Triângulo Mineiro e Oeste de Minas.

A chuva alegrou duplamente Rubens Lima, de 45. Primeiro pela melhoria na qualidade do ar. Segundo, porque ele conserta sombrinhas e guarda-chuvas. Até o meio da tarde ele já havia faturado R$ 180, com expectativa de chegar a R$ 300 no final do dia. Ele leva, em média, 20 minutos para trocar as peças de guarda-chuvas com defeito. O preço varia de R$ 8 a R$ 120. “Já me pagaram até R$ 120 e ainda me deram uma gorjeta de R$ 30 por uma sombrinha italiana que custa US$ 150. Mas se a sobrinha é mais simples, o conserto é mais barato”, garante.

RESERVATÓRIOS Em nota, a Copasa informou que as chuvas dos últimos dias diminuíram a tendência de queda do volume acumulado dos reservatórios do Sistema Paraopeba, mas que a precipitação não foi suficiente para recuperar o nível do Sistema Paraopeba. O nível do sistema se manteve estável em 27%, com Serra Azul a 10,7% e Vargem das Flores a 27,1%. No reservatório do Rio Manso, houve um leve aumento de 0,1 ponto percentual, passando de 37,8% para 37,9%. A Companhia ressaltou que “o período seco ainda não acabou e que, historicamente, a temporada de chuvas inicia-se em outubro.” As chuvas não alteraram o cronograma da obra de captação do Rio Paraopeba.

A Companhia afirmou que a obra, que vai garantir o abastecimento de água para os moradores da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), está com 46% de sua totalidade concluída e prevista para ser inaugurada em 20 de dezembro. A intervenção vai viabilizar a distribuição de água para a população da RMBH enquanto os reservatórios do Sistema Paraopeba serão poupados, o que permitirá o armazenamento de água para o período seco.

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