A Ouvidoria-Geral do Estado (OGE) solicitou, nesta quinta-feira, a abertura de um procedimento de investigação sobre a conduta de policiais militares durante a prisão da índia Xacriabá Juvana Evarista dos Santos, detida durante uma manifestação do Grito dos Excluídos no desfile da Independência, em Montes Claros, na Região Norte do Estado. A apuração vai ficar à cargo do Ministério Público e da Corregedoria da Polícia Militar.
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Deputados pedem nova audiência em Montes Claros para apurar prisão de índia XacriabáAudiência pública ouve índia presa durante manifestação em Montes ClarosPM vai apurar ação de policias em prisão de índia durante desfile em Montes ClarosAudiência pública sobre a prisão de índia Xacriabá em Montes Claros é canceladaPM apura perseguição que terminou com morte de adolescente em BHA confusão aconteceu na última segunda-feira durante a apresentação de escolas no desfile de comemoração da Independência. Integrantes do "Grito do Excluídos" queriam desfilar na frente dos estudantes, o que contrariou um acordo entre a PM e as instituições de ensino.
Conforme a PM, a índia Xacriabá estava com arco e flecha nas mãos e teria chutado um gradil de proteção após o desfile de estudantes da cidade. A estrutura atingiu um policial militar, o que deu início à confusão. O comando da 11ª Região da Polícia Militar anunciou nessa terça-feira que instaurou um procedimento administrativo para apurar o caso.
Nessa quarta-feira, a índia esteve na ALMG onde prestou depoimento à comissão de Direitos Humanos. Ela reforçou as denúncias de uso excessivo da força por parte de um dos policiais militares durante a prisão. Dea cordo com Juvana, quando já estava algemada foi jogada no chão e imobilizada com violência por um militar. Ao relembrar o momento, ela se emocionou e disse estar cansada de ver seu povo ser tratado sempre com truculência.
Uma nova audiência deve ocorrer em Montes Claros. A comissão da Assembleia espera contar com a presença do prefeito da cidade, do comandante da Polícia Militar, da Corregedoria da PM, do secretário Estadual de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, além de representantes do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). A reunião deve acontecer no próximo dia 28. .