A implantação de pedágios urbanos como forma de incentivar o uso do transporte público e desestimular os veículos particulares foi uma das propostas defendidas pelo vice-prefeito de Belo Horizonte, Délio Malheiros, em palestra ministrada pela manhã no Congresso Internacional Cidades e Transportes. Para ele, o modelo de Londres, Inglaterra, seria viável em alguns grandes centros brasileiros, desde que houvesse investimentos no transporte coletivo, de forma a oferecer “baixo custo das tarifas, segurança e rapidez”. Outra tese apresentada por Malheiros é a substituição do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) por arrecadação sobre combustíveis fósseis.
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Uso de lâmpadas de LED na iluminação de BH pode gerar economia de até 60% de energiaMotorista é preso por adulterar placas de carreta para fugir de pedágio em MGPara o Délio Malheiros, o futuro de BH consiste em estimular o transporte público, e quem deve custear isso são os proprietários de automóveis, que no futuro serão beneficiados, afirma. “Por isso, eu acho que deveríamos acabar com o IPVA e cobrarmos pelo consumo junto com a Cide (Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico, mais conhecida como imposto do combustível), destinando esses recursos para o transporte público. Acho que não se deve financiar carros velhos em 80 meses, mas sim estimular a troca por novos. Veículos mais velhos poluem mais, estragam mais e complicam mais o trânsito. Temos que desonerar o transporte público, para torná-lo mais eficiente, mais rápido, com corredores exclusivos, mais barato, com o fim de impostos como o ICMS na compra dos ônibus e insumos”, pontuou.
“A partir do momento em que se cobra mais caro de quem está no carro e mais barato de quem está no ônibus, haverá um transporte público mais atrativo. Hoje, as pessoas saem do ônibus, compram um carro velho em 80 vezes, porque é mais barato, mais rápido e às vezes mais seguro.
De acordo com o vice-prefeito, Belo Horizonte com o BRT já teve um grande ganho. “Temos que melhorar ainda mais essa relação”, destaca. Segundo Malheiros, hoje 50% da população anda de ônibus e a outra metade em carros particulares. “Nossa meta é que, em 2030, 75% da população use o transporte público, reduzindo assim em 20% as emissões de gases de efeito estufa. Estamos conseguindo cumprir a meta, mas não é fácil. Temos uma lei e um Comitê de Mudanças Climáticas. Estamos fazendo um novo plano municipal para enfrentamento das mudanças climáticas”, disse..