Casa Grande – José Gonçalves de Souza, de 82 anos, foi vereador na época em que os parlamentares não recebiam salário. “Deveria ser assim até hoje. O que os políticos poderiam ter é uma ajuda de custo”, defende o morador de Casa Grande, única das 853 cidades mineiras em que o censo de 2010 apontou igualdade entre a população rural e a urbana: 1.122 pessoas de cada lado.
A cidade, onde muitas residências são cercadas por pingos d’ouro, tem outra curiosidade: alguns imóveis na área urbana lembram antigas fazendas. Jane Carla Aparecida Tavares, de 29, mora em um deles. A varanda, rodeada de roseiras, dá um charme à residência. “Esse terreno é como se fosse uma fazenda dentro da cidade”, compara a mãe de Rafaela, de 3.
Dona Maria Perpétua de Miranda, de 64, também reside numa casa que mais parece uma fazenda. “Tem até porteira e curral. Quando meu marido era vivo, tínhamos algumas vaquinhas. Hoje, crio apenas galinhas. Mas tenho uma horta. E boa”, garante a mulher, que nasceu na Serra do Camapuã, área rural de Entre Rios de Minas, município próximo.
As características de seu imóvel e de Casa Grande, cortada pelo Rio Tabaco, fazem dona Maria Perpétua imaginar que ela continua morando na área rural. Da varanda de sua casa, ela cumprimenta os amigos que passam pelo asfalto e avista, não tão distante, as montanhas que rodeiam o município.
Casa Grande, cujo nome remete a uma fazenda antiga que deu origem ao lugarejo, é cercada por montanhas. As árvores da praça principal, São Sebastião, são moradias de diferentes espécies de pássaros. O jardim é cuidado por Jaino Sebastião, de 45. Ele, porém, reside numa fazenda.
“Não me mudo da roça, que é um lugar abençoado”, conta o rapaz. Em seu quintal, ele colhe bananas, laranjas, mexericas e outras frutas. Em frente à casa, um pequeno curral, de onde é retirado o leite. “Tenho uma boa horta. Não preciso ir muito ao supermercado.”
A propriedade dele fica a menos de uma légua de Olaria, povoado de Casa Grande onde mora Selma Vieira, de 45. No alto do morro, a capela de São Pedro é o cartão-postal de lá. Também é o lugar em que ela improvisou um varal para secar as roupas que lava.
“É um lugar muito bom para morar. Nasci e fui criada na área rural. Não penso em me mudar para a cidade. Tenho qualidade de vida. Tenho uma boa horta. A família cria porcos para consumo próprio. Temos umas vaquinhas também. Meu pai vende leite”, conta dona Selma, responsável pela capela.
Ela diz que a vida na área rural ficou ainda melhor com a chegada da tecnologia. Antigamente, recorda, as pessoas se comunicavam com familiares e amigos que moram em lugares distantes por meio de cartas e de um orelhão que atendia a comunidade. Hoje, a telefonia móvel facilitou a vida dela e dos vizinhos.
CURIOSIDADE Cinco cidades mineiras não têm população considerada rural. Três delas estão na região metropolitana (Belo Horizonte, Confins e Vespasiano), uma fica no Sul (São Lourenço) e outra, no Vale do Rio Doce (Santa Cruz de Minas). Uma das explicações é que elas têm pequena extensão territorial em comparação à média estadual.
Mascates modernos
O isolamento e as dificuldades de deslocamento dos moradores da zona rural de Itacambira até a “cidade” fez surgir no município a figura dos “mascates modernos”. Em vez de roupas e utensílios domésticos, como era comum antigamente, esses vendedores ambulantes oferecem mantimentos, produtos de limpeza e outras mercadorias consumidas no dia a dia das famílias. “Eles vão à roça e levam as mercadorias diretamente à casa das pessoas. Cobram mais caro e ainda não pagam impostos”, reclama Adriana Oliveira Amaral, dona de uma mercearia na área urbana de Itacambira. Ela conta que 90% da sua clientela é do pessoal do meio rural.
A cidade, onde muitas residências são cercadas por pingos d’ouro, tem outra curiosidade: alguns imóveis na área urbana lembram antigas fazendas. Jane Carla Aparecida Tavares, de 29, mora em um deles. A varanda, rodeada de roseiras, dá um charme à residência. “Esse terreno é como se fosse uma fazenda dentro da cidade”, compara a mãe de Rafaela, de 3.
Dona Maria Perpétua de Miranda, de 64, também reside numa casa que mais parece uma fazenda. “Tem até porteira e curral. Quando meu marido era vivo, tínhamos algumas vaquinhas. Hoje, crio apenas galinhas. Mas tenho uma horta. E boa”, garante a mulher, que nasceu na Serra do Camapuã, área rural de Entre Rios de Minas, município próximo.
As características de seu imóvel e de Casa Grande, cortada pelo Rio Tabaco, fazem dona Maria Perpétua imaginar que ela continua morando na área rural. Da varanda de sua casa, ela cumprimenta os amigos que passam pelo asfalto e avista, não tão distante, as montanhas que rodeiam o município.
Casa Grande, cujo nome remete a uma fazenda antiga que deu origem ao lugarejo, é cercada por montanhas. As árvores da praça principal, São Sebastião, são moradias de diferentes espécies de pássaros. O jardim é cuidado por Jaino Sebastião, de 45. Ele, porém, reside numa fazenda.
“Não me mudo da roça, que é um lugar abençoado”, conta o rapaz. Em seu quintal, ele colhe bananas, laranjas, mexericas e outras frutas. Em frente à casa, um pequeno curral, de onde é retirado o leite. “Tenho uma boa horta. Não preciso ir muito ao supermercado.”
A propriedade dele fica a menos de uma légua de Olaria, povoado de Casa Grande onde mora Selma Vieira, de 45. No alto do morro, a capela de São Pedro é o cartão-postal de lá. Também é o lugar em que ela improvisou um varal para secar as roupas que lava.
“É um lugar muito bom para morar. Nasci e fui criada na área rural. Não penso em me mudar para a cidade. Tenho qualidade de vida. Tenho uma boa horta. A família cria porcos para consumo próprio. Temos umas vaquinhas também. Meu pai vende leite”, conta dona Selma, responsável pela capela.
Ela diz que a vida na área rural ficou ainda melhor com a chegada da tecnologia. Antigamente, recorda, as pessoas se comunicavam com familiares e amigos que moram em lugares distantes por meio de cartas e de um orelhão que atendia a comunidade. Hoje, a telefonia móvel facilitou a vida dela e dos vizinhos.
CURIOSIDADE Cinco cidades mineiras não têm população considerada rural. Três delas estão na região metropolitana (Belo Horizonte, Confins e Vespasiano), uma fica no Sul (São Lourenço) e outra, no Vale do Rio Doce (Santa Cruz de Minas). Uma das explicações é que elas têm pequena extensão territorial em comparação à média estadual.
Mascates modernos
O isolamento e as dificuldades de deslocamento dos moradores da zona rural de Itacambira até a “cidade” fez surgir no município a figura dos “mascates modernos”. Em vez de roupas e utensílios domésticos, como era comum antigamente, esses vendedores ambulantes oferecem mantimentos, produtos de limpeza e outras mercadorias consumidas no dia a dia das famílias. “Eles vão à roça e levam as mercadorias diretamente à casa das pessoas. Cobram mais caro e ainda não pagam impostos”, reclama Adriana Oliveira Amaral, dona de uma mercearia na área urbana de Itacambira. Ela conta que 90% da sua clientela é do pessoal do meio rural.
Assista ao vídeo: Casa Grande desperta curiosidade pelo número de habitantes