Depois de uma semana com chuva e estragos em grande parte de Minas Gerais, o tempo volta a ficar quente durante esta semana. Não há previsão de precipitações até, pelo menos, a próxima sexta-feira, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Somente a Região do Rio Doce e Mucuri ainda podem ter tempo instável. Os temporais da última semana fizeram com que Belo Horizonte superasse, neste ano, a média histórica de chuva para o mês de setembro.
A instabilidade no tempo era provocada por uma massa de ar frio que estava estacionada sobre Minas Gerais. Nesta segunda-feira, ela começou a se deslocar e, por isso, deve deixar o tempo firme. “Ela se afastou e a tendência é dar uma diminuída na chuva e a temperatura voltar a subir. A umidade se elevou muito, por isso está essa nebulosidade na capital mineira que dá aparência de chuva, mas não deve chover. Essa previsão é até a próxima sexta-feira”, afirma o meteorologista Luiz Ladeia, do 5º Distrito do Inmet.
A previsão será a mesma para quase todas as regiões do Estado, exceto o Rio Doce e Mucuri, que ainda podem ser atingidas por chuvas. “A frente está no litoral do Espírito Santo, e por isso ainda lança umidade para essas regiões. Podemos ter chuva na terça-feira e quarta-feira, mas nada forte ou significativo”, comenta o meteorologista. As temperaturas devem subir. Em BH, a máxima deve voltar para 28ºC nos próximos dias e a mínima em 16ºC.
As chuvas da última semana fizeram com que Belo Horizonte superasse a média história para o mês de setembro, que é de 40,5 milímetros. Neste ano, caiu sobre a capital mineira 40,8 milímetros. Para se ter uma ideia, em 2014, quando BH passou por uma forte estiagem, que até provocou uma crise no abastecimento de água, choveu apenas 1,8 milímetros na cidade.
A alta neste ano foi provocada, principalmente, pelo temporal que atingiu BH nesse domingo. Em apenas 45 minutos, choveu aproximadamente 13 milímetros. O temporal causou alagamentos, enxurradas, que chegaram a arrastar carros, quedas de árvores e de energia elétrica. A região mais atingida foi a Nordeste.
Um carro foi levado pela correnteza no Bairro São Paulo, próximo à estação do metrô Minas Shopping e caiu dentro de uma galeria. Não houve vítimas. Outra ocorrência foi registrada na Rua Conceição do Pará, no Bairro Santa Inês, onde duas pessoas ficaram ilhadas dentro de um veículo. Na Avenida Bernardo Vasconcelos, na altura do Bairro Cachoeirinha, árvore com mais de 10 metros de altura foi derrubada pelas chuvas, atravessando a pista, no sentido Minas Shopping. O trânsito foi interrompido até a chegada dos bombeiros. Na capital, houve queda de árvores também na Rua Amintas Jaques de Moraes, Bairro Pindorama, Região Noroeste, e na Avenida José Cândido da Silveira, na Cidade Nova.
O temporal também causou queda de muros de arrimo e alagamentos em alguns pontos da cidade. De acordo com a BHTrans, as avenidas Cristiano Machado e Antônio Carlos ficaram alagadas. Na Pedreira Prado Lopes, um muro desmoronou ao lado de uma residência. Faltou luz em Betim, Contagem e Santa Luzia e nas regiões da Pampulha e Venda Nova, na capital.
Reservatórios
As chuvas ajudaram a aumentar os níveis dos reservatórios do Sistema Paraopeba, responsável pelo abastecimento de água na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Desde 6 de setembro, o sistema vinha tendo pequenos aumentos diariamente. De sábado para domingo, teve uma queda, passando de 28,3 % para 28,2%. Nesta segunda-feira, voltou a subir 0,1 ponto percentual.
As três represas que compõem o sistema tiveram alta ou se mantiveram estáveis. Nos últimos tês dias, o reservatório Rio Manso, o maior do Paraopeba, se manteve com 38,6% da capacidade. Serra Azul se manteve em 11,2% e Vargem das Flores teve alta, saindo de 27,1% para 27,5%. A vazão do Rio das Velhas está em 17 metros cúbicos por segundo.