A caxumba, também conhecida como parotidite, geralmente tem sintomas considerados amenos. É caracterizada pelo aumento das glândulas salivares, que provoca um inchaço no rosto.
Em nove meses, Minas Gerais superou em 13 casos todos os registros do ano passado. Belo Horizonte segue a mesma situação. O número de pessoas infectadas por caxumba no período superou os dois anos anteriores. “Esse aumento é decorrência de alguns surtos que sofremos na capital mineira, especialmente em julho e agosto, que afetaram cinco regionais, entre elas a Centro-Sul, Oeste, Norte e Venda Nova”, explica Maria Tereza da Costa Oliveira, gerente de Vigilância em Saúde da Prefeitura de BH.
É considerado surto quando há mais de três casos inter-relacionados, ou seja, a doença passa de pessoa para pessoa. A maior incidência foi entre adolescentes, o que aumenta o alerta. “Tivemos um predomínio de casos entre pessoas de 11 a 18 anos.
Logo que começaram a surgir um número excessivo de casos, a secretaria começou a analisar cada situação. Unidades de saúde foram informadas que todas as ocorrências de caxumba teriam que ser notificadas ao órgão.
COMPLICAÇÕES A caxumba pode causar febres, calafrios, dores de cabeça, musculares e a inflamação das glândulas salivares, que pode causar dores nas pessoas ao mastigarem. O inchaço pode ser uni ou bilateral, ou seja, em ou nos dois lados do rosto. “Esses sintomas melhoram em alguns dias, mas em alguns pacientes pode haver complicações. O vírus pode cair na corrente sanguínea e causar inflamações nos testículos, em homens, e no ovário, nas mulheres, que pode levar à esterilidade. Eventualmente, também pode atingir o sistema nervoso”, explica o médico infectologista Estêvão Urbano.
O período de transmissão da doença é de nove dias depois dos primeiros sintomas. Por causa disso, o recomendado é que os pacientes fiquem isolados. Como se propaga por meio da saliva e gotículas, os pacientes devem evitar compartilhamento de objetos, como copos e talheres, além de lavar as mãos e evitar aglomerações.
Como os sintomas são parecidos com a gripe, o médico aponta a facilidade para a transmissão do vírus. “Infelizmente, é transmitida antes do inchaço das glândulas. Como são sintomas parecidos, às vezes a pessoa nem sabe que está com caxumba. Por isso, o recomendado é a vacinação”, orienta Urbano.
Nem o camisa 10 da Seleção Brasileira escapou da caxumba.