Jornal Estado de Minas

"Quero que meu filho viva em ambiente de paz", diz síria que deu à luz em BH

Paz. Esse é o maior sonho da professora síria Nsrine Chahla para o seu filho Abboud, que nasceu nessa quarta-feira na Santa Casa de Belo Horizonte. "Quero que meu filho viva em um ambiente de paz", disse a mãe, que há um ano e dois meses fugiu da guerra em seu país junto com o marido, o bombeiro hidráulico Jamel Aladra. O casal morava em São Paulo e há seis meses veio tentar uma vida melhor em Belo Horizonte.

Os dois esperam encontrar emprego e garantir um futuro melhor para o filho recém-nascido. "A única ajuda que queremos agora é trabalho", disse a mãe, que já fala português. "A vida aqui é muito boa, mas tenho muita saudade dos meus pais, que ficaram no meu país, e da minha irmã, que está na Austrália. Gostaria muito que eles estivessem aqui com a gente", disse a professora.

A família mora em um apartamento no Centro de Belo Horizonte e, enquanto não arruma emprego, Jamel passa o tempo na cozinha, preparando guloseimas típicas do seu país. Vender comida tem ajudado o bombeiro hidráulico no sustento da família.

Mobilização

Moradores de Belo Horizonte vêm formando uma rede de solidariedade para ajudar a comunidade de refugiados sírios que vieram para a capital.
Segundo a Arquidiocese da capital, o grupo já soma 79 pessoas.

Na noite de quarta-feira, nasceu o pequeno Abboud, na Santa Casa de BH. A chegada do pequeno belo-horizontino foi citada em uma mensagem que se espalhou pela internet e culminou em uma campanha que já reúne milhares de pessoas pelo Facebook.

Considerando a repercussão da mensagem pelo WhatsApp, a Arquidiocese de Belo Horizonte aproveitou para esclarecer alguns pontos citados no texto. Por meio da assessoria de imprensa, a Igreja informou que os sírios aos quais a mensagem se refere não são um novo grupo que chegou à capital. Atualmente são 79 pessoas, sendo que a primeira chegou à cidade em 2014. Duas são gestantes e uma terceira deu à luz ontem. Abboud e a mãe passam bem..