O Ministério Público de Minas Gerais, o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) inauguraram ontem o projeto “Rua do Respeito”, para garantir inclusão social e resgate dos direitos dos moradores de rua. “O trabalho vai atuar em três eixos: mobilizar e sensibilizar os vários atores envolvidos com esse tema, fazer diversas audiências públicas em cidades do interior e atuar na geração de emprego e renda com cursos de capacitação” disse a vice-presidente do Servas, Betânia Lemos.
Para o juiz de direito Sérgio Fernandes, o fenômeno morador de rua é universal e uma das frentes do trabalho é combater o preconceito e diminuir a invisibilidade. Segundo ele, apenas 15% da população de rua vive de pedir e a maioria tem emprego e cerca de 94% deles querem deixar essa situação. “Estamos trabalhando numa vertente de acesso a serviços, saúde e à Justiça”, completou o juiz, lembrando parcerias feitas com universidades e a criação de uma cooperativa de serviços para captação das pessoas para o mercado de trabalho. “Estamos trabalhando com instituições, sociedade civil, chamando todos à responsabilidade”, afirmou.
O promotor de Justiça da Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Social, Paulo César Vicente de Lima, disse que foi assinado um termo de cooperação técnica para garantir uma sinergia institucional e unir forças para enfrentar de forma mais efetiva o fenômeno social. Segundo ele, em Minas são mais de 2 mil pessoas em situação de rua, dos quais 1.827 na capital. “Nos últimos quatro anos, 400 moradores de rua foram mortos em Minas”, informou. “Temos uma série de projetos de inclusão pelo trabalho para as pessoas em situação de rua. A ideia é apresentar esses projetos para a iniciativa privada para que ela possa cumprir também o seu papel de responsabilidade social”, informou o promotor.