O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, conheceu, na tarde desta sexta-feira, o filho de refugiados sírios que estão em Belo Horizonte. O garoto Aboud nasceu na quarta-feira na Santa Casa da capital mineira. Ele é filho do casal Nsrine Chahla e o bombeiro hidráulico Jamel Aladra, que estão há seis meses na cidade. Antes, viviam em São Paulo. O encontro aconteceu em um apartamento no Centro de Belo Horizonte. O padre sírio George Rateb também estava presente.
No apartamento onde o casal mora, dom Walmor pegou o garoto Aboud, cujo nome significa aquele que serve ao senhor, segundo o padre George, no colo enquanto foi celebrada uma pequena homenagem. Ao fim, o arcebispo beijou a testa da criança e a entregou para a mãe, que acompanhava ao lado.
Para dom Walmor, a chegada do pequeno Aboud serve de exemplo para continuar a solidariedade ao povo sírio e aos pobres. “Estarmos aqui, olhar essa criança e pensar o sofrimento de tantas pessoas, de modo muito especial na Síria, mas em muitos outros focos de guerra e de disputas pelo mundo afora, reascende em nossos corações esse convite de deus de sermos bons, de sermos solidários, de respeitarmos a dignidade da pessoa humana e de partilharmos”, afirmou.
O arcebispo disse, ainda, que o momento vivido com os refugiados deve servir de lição para os brasileiros. “Espero que a dor profunda desse povo sírio e de tantos outros pobres pelo mundo afora, essa dor ecoe em nossos corações, sobretudo na nossa sociedade brasileira, quando precisamos reaprender o sentido do respeito ao bem comum, a dignidade da pessoa humana, da partilha, e também olhando os nossos pobres e os nossos sofridos. Espero que possamos aprender as lições importantes e cuidar melhor da vida. Que esse servidor, como é o nome dele, seja o grande sinal e o grande ideal de todos nós”, completou.
O padre George pediu que o futuro do pequeno Sírio seja diferente de muitas crianças que convivem em meio aos conflitos. “Com esse sorriso e choro estamos acolhendo fruto de trabalho desde início de 2014. Espero que o futuro de Abboud seja um futuro garantido igual todas as crianças deste planeta. Os garotos sírios também merecem um futuro bom garantido”, disse. “Acredito que a força da vida é maior que a força da morte. Então, Aboud chega para nós e fala, a vida vem continuando, o mal existe, mas também o bem existe. Vem aqui como anjo do senhor dando para o bom evangelho. A vida é bela”, comemorou.
O casal Nsrine Chahla e o bombeiro hidráulico Jamel Aladra chegaram no Brasil há seis meses. Eles ficaram em São Paulo e depois vieram para Belo Horizonte. “Ficaram sabendo do nosso trabalho em BH e por motivos de ter parentes aqui, vieram de visita, gostaram e ficaram. Essa permanência deu para nós Aboud. Com a graça de Deus”, disse padre George.
Felizes no Brasil, o casal pensa em ficar por mais tempo. “Queremos uma vida na paz, longe da guerra”, disse Nsrine Chahla. Para ela, a chegada de Aboud veio junto com esperança. “Trouxe vida nova. Ele dá para nós toda felicidade”, comentou.