A Polícia Civil continua as buscas pelos dois adolescentes que mataram delegado Vanius Henrique de Campos, nesse sábado em uma loja de conveniência no Bairro Cidade Jardim, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Autoridades de cidades mineiras e até de outros estados receberam informações sobre a identificação dos dois menores. O corpo do policial foi enterrado neste domingo no Cemitério Bosque da Esperança, no Bairro Jaqueline, na Região Norte.
De acordo com o delegado Wanderson Gomes da Silva, chefe da Polícia Civil, a operação não parou desde momentos depois do crime. “As investigações seguem e as diligências estão ininterruptas. Continuamos as buscas em várias frentes para tentar encontrar os dois adolescentes”, afirmou. “Estamos aguardando posicionamentos da Justiça em relação aos criminosos”, completou.
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O homicídio é tratado como latrocínio pela Polícia Civil. Pois, os adolescentes usaram a arma do policial para matá-lo e depois fugiram com a pistola .40 que pertencia ao delegado. Os autores do crime já foram identificados, têm respectivamente 16 e 17 anos e moram no Morro do Querosene, local que foi ocupado por dezenas de viaturas pouco depois do crime. O início da confusão entre o delegado, lotado na Delegacia Adida ao Juizado Especial Criminal (Deajec), e os dois menores, e parte das trocas de agressões entre eles foram filmadas pelas câmeras de videomonitoramento do comércio. Os equipamentos não registraram o momento dos tiros.
Testemunhas contaram à Polícia Militar que, depois de atirar na vítima, a dupla fugiu correndo, no sentido da Barragem Santa Lúcia. Vanius de Campos, baleado na cabeça, peito e perna, chegou a ser socorrido por militares do 22º BPM, mas morreu ao dar entrada no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS).
As imagens das câmeras de segurança mostram que a confusão se iniciou às 3h50, logo após a chegada dos dois adolescentes à loja. Campos, que já estava no local, desconfiou dos dois jovens, se posicionou em frente ao caixa e ficou observando a dupla.
No minuto seguinte, captado pela câmera externa, já no pátio do posto, o delegado foi para cima do rapaz de camisa vermelha, agarrando-o pelos braços. O jovem de camisa verde deu um chute em Campos. Uma testemunha, que pediu para não ser identificada, contou que nesse momento o policial e o adolescente de camisa vermelha caíram e a arma que estava no bolso de trás da calça do policial também caiu. “O jovem se levantou rápido, chutou o delegado duas vezes, pegou a arma dele e deu três tiros. Um dos funcionários da loja ainda tentou separar a briga e por pouco também não foi baleado. A dupla correu subindo a Prudente de Morais”, contou a testemunha.
De acordo com essa pessoa, o delegado estava bebendo na loja de conveniência.
“SOU TRAFICANTE”
A testemunha informou também que o jovem perguntou ao policial quem era ele, porque ele o estava provocando, disse que tinha dinheiro para pagar e que nem ele nem o amigo estavam ali para roubar. Nesse momento, Campos se identificou como delegado da Polícia Civil e o jovem disse ser traficante, e que o delegado não era ninguém, que o dinheiro que a vítima ganhava por mês, ele conseguia em uma semana. “Esses rapazes estão sempre na loja e nunca haviam se envolvido em confusão. Um deles ficou nervoso porque o delegado pensou que eles estavam lá para assaltar”, informou a testemunha.
Na busca pelos adolescentes, os policiais conversaram com a mãe de um dos menores, na tentativa de fazer com que ele se entregasse. “Lamentamos profundamente o ocorrido. Estamos empenhados em apurar as circunstâncias do assassinato do colega e pretendemos apreender os autores o mais rápido possível.