O 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte vai analisar o pedido de liberdade para o sargento Luciano de Abreu Ramos, de 41 anos, e o cabo Ricardo Costa de Andrade, de 38, presos pela morte do adolescente Hugo Vinícius Braz da Silva, de 14, durante uma operação policial no Bairro Pompéia, na Região Leste da capital mineira. Os militares seguem presos preventivamente no 22º Batalhão da PM.
O pedido foi feito pelos advogados dos policiais na última quinta-feira. O processo foi repassado para o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para a promotora responsável pelo caso dar seu parecer sobre o requerimento de soltura dos dois militares. Vale lembrar que a preventiva foi pedida pelo próprio MPMG à Justiça. Os advogados do sargento e do cabo não quiserem comentar o assunto.
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Em seguida, os rapazes começaram a correr e foram seguidos pelo sargento e o cabo. Ambos disseram que, durante a fuga, os rapazes fizeram movimentos com as mãos, simulando estarem armados. Hugo buscou abrigo atrás de um caminhão que se encontrava estacionado na Rua Veredinha, próximo da Rua Iara.
De acordo com o boletim de ocorrência, o menor desobedeceu os PMs e continuou a fugir, seguindo na direção da Avenida Belém. Em um certo momento, o garoto sacou uma arma, que era uma réplica de uma pistola, e os militares ordenaram que ele soltasse o objeto. Os militares alegaram que o menor apontou a arma na direção deles, que revidaram a ameaça e atiraram. Um dos disparos acertou as costas do menor. O B.O informa ainda que militares socorreram o garoto e o levaram para o Hospital João XXIII, onde ele morreu.
Um adolescente que estava na companhia do menor foi apreendido na casa dele, no Bairro Pompéia. Conduzido ao Centro Integrado de Atendimendo ao Adolescente Autor de Ato Infracional (CIA-BH), ele relatou que o menor o chamou para roubar telefones celulares no Bairro Mangabeiras, Centro-Sul, mas, por receio, ele recusou o convite.
PMs podem ser expulsos da corporação
A Corregedoria da Polícia Militar já abriu um inquérito que investigará a conduta dos militares durante a ação que terminou na morte do adolescente. O prazo das apurações é de 40 dias, podendo ser prorrogado por mais 20, em caso de necessidade.
Outro ponto a ser avaliado no inquérito é a retirada do sargento e do cabo da delegacia depois do crime. A corregedoria vai ouvir a delegada e a juíza que estavam no local no momento em que eles deixaram o imóvel. De acordo com o Boletim de Ocorrência, o delegado Alan Oliveira solicitou a presença dos dois policiais militares (Luciano e Ricardo) na delegacia, que foram levados pelo tenente Silderson Cleison Cordeiro.
Quando o tenente soube que os dois policiais militares seriam ouvidos na condição de conduzidos (autuados por prisão em flagrante por terem cometido um homicídio), foi embora da delegacia e determinou que seus subordinados também fossem. .