Os adolescentes V.K.S.Q.S. e T.H.S.S, de 17 anos, envolvidos na morte do delegado Vanius Henrique de Campos, em uma loja de conveniência, no Bairro Cidade Jardim, na Região Centro-Sul de BH, no último sábado, foram ouvidos em audiência na tarde desta terça-feira. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) acompanhou as oitivas junto com familiares e advogados dos garotos. Os dois foram apreendidos na segunda-feira e a juíza titular da Vara Infracional da Infância e da Juventude de Belo Horizonte, Valéria da Silva Rodrigues, determinou a internação provisória deles no Centro de Internação Provisória Dom Bosco (CEIP).
A internação provisória dos adolescentes foi determinada por um prazo de 45 dias. Porém, o tempo pode aumentar ou não quando o caso for julgado. Nesta terça-feira, os menores foram ouvidos e acompanhados pela promotora Cíntia Maria de Oliveira de Lucena, da promotoria de Defesa da Criança e do Adolescente da Área Infracional, por volta das 14h. Ele deram as versões para o caso. Agora, o MP vai dar um parecer sobre o caso. Depois, será feita uma nova audiência para determinar qual o período de internação terão que cumprir.
Os dois adolescentes foram apreendidos no início da tarde de segunda-feira em São Joaquim de Bicas, na Grande BH. Um grande cerco foi formado por policiais civis desde o último sábado logo depois que o delegado foi morto com a própria arma dentro do posto de combustível. Vanius de Campos, delegado da Delegacia Adida ao Juizado Criminal Especial Criminal (Deajec), foi morto com quatro tiros – cabeça, peito e perna –, durante desentendimento com os dois menores de 17 anos.
Depois da vinda dos adolescentes para a capital mineira, os policiais continuaram a operação para chegar até a arma do delegado. A pistola Taurus PT-738 calibre 380, foi encontrada no Morro do Querosene. Segundo o delegado Frederico Abelha,cehfe da Delegacia de Homicídios Sul, um colaborador anônimo passou as informações do esconderijo. A arma estava dentro de uma bolsa em um local ermo.
Familiares e o advogado dos dois adolescentes suspeitos, o defensor João Paulo Machado Rodrigues Cardoso, afirmam que os menores agiram em legítima defesa ao atirar no delegado Vanius Henrique de Campos, de 43 anos. Segundo ele, o depoimento prestado pelos dois na Delegacia Especializada de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad) foi claro: “Houve uma discussão. Uma briga, motivada pelo policial, que desconfiou que os dois estavam furtando ou coagindo pessoas na loja de conveniência. E isso não aconteceu. Eles estavam comprando e, em determinado momento, falaram com uma pessoa que estava no posto que era conhecida deles. Haviam pedido um litro de uísque e essa pessoa iria dar, mas isso nem mesmo chegou a acontecer”, afirma o advogado.
Participação de terceiros
A Polícia Civil levantou a hipótese nessa segunda-feira de que outras pessoas poderiam ter ajudado os adolescentes na fuga para São Joaquim de Bicas. Porém, segundo a assessoria de imprensa da corporação, a delegada Elisabeth Dinardo, chefe da Dopcad, informou que pela oitiva dos adolescentes ficou comprovado que eles fugiram sozinhos. (Com informações de Valquíria Lopes)