O corte de 15% no quadro de funcionários terceirizados, o aumento no preço das refeições e um maior ajuste no sistema de transporte consciente fazem parte das medidas anunciadas nesta terça pela reitoria da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) para reduzir custos e tentar amenizar os problemas causados pelo déficit estimado em R$ 15 milhões.
O problema decorre dos contigenciamentos impostos ao MEC, de cerca de R$ 11 bilhões, que fizeram com que as universidades deixassem de receber a totalidade dos recursos programados para 2015. "Desde o ano passado que vimos adotando boas práticas de gestão na tentativa de reverter o déficit gerado pelos cortes do governo, que têm impacto grande. Mas não conseguimos reverter", justificou o pró-reitor de Planejamento, professor Rodrigo Bianchi.
Os cortes serão feitos a partir dos salários mais altos e serão feitos basicamente nos setores de limpeza e recepção, preservando a área de segurança que também conta com funcionários terceirizados. No total, serão demitidos 90 funcionários. "Começamos a fazer ajustes no início do ano e essa foi uma das medidas que tentamos evitar ao máximo, pois o impacto social é grande, principalmente em uma cidade do porte de Ouro Preto. Mas chegamos a um ponto em que tudo está muito difícil", afirmou o pró-reitor de Planejamento, professor Rodrigo Bianchi. Segundo ele, as empresas responsáveis por cada setor já estão sendo contatadas e para todas as demissões será respeitado o prazo legal de 30 dias, correspondente ao aviso prévio.
REFEIÇÕES Outra medida adotada pela universidade será o aumento das refeições. Até o momento, alunos pagavam R$ 2; professores e demais funcionários, R$ 2,70; e visitantes, R$ 3. Assim que voltarem as aulas, os valores passarão a ser de R$ 3 para alunos, R$ 5 para servidores e R$ 10 para visitantes. Alunos carentes que têm direito à 100% de gratuidade nas refeições continuarão sem pagar. Aqueles que têm parte do benefício (os subsídios vão de 20% a 100% do valor das refeições) também terão o direito preservado, com aumento proporcional ao percentual que atualmente pagam pelas refeições.
Segundo Bianchi, em 2014, tinham direito à 100% de gratuidade nas refeições 1.547 estudantes, de um total de 3,3 mil com direito a algum desconto, que começa em 20%.
VIAGENS Também para cortar custos, desde o fim de 2014 que a Ufop começou a adotar o sistema de transporte consciente. De acordo com o pró-reitor, precisam ser feitas viagens constantes a Belo Horizonte e outros municípios próximos, decorrentes de atividades como a participação de professores em bancas, pesquisas e outros tipos de intercâmbio, inclusive com a UFMG. A primeira medida foi adotar vans e manter dois automóveis para simplificar o transporte. Agora, a universidade simplificará mais, mantendo somente as vans.
"Com isso vamos conseguir reduzir o número de viagens, o gasto com combustível e até diárias", observou. "A diferença é que haverá um trajeto fixo, com pontos a serem observados pelos professores, alunos e funcionários do setor técnico que precisam ser transportados a serviço da Ufop", continuou.
SEM DATA PARA O RETORNO DAS AULAS
A greve dos professores da Ufop terminou no último dia 14, mas as aulas não recomeçaram em virtude da greve dos funcionários dos setores técnico e administrativo que continua.
Para o pró-reitor, o risco de se perder o semestre é mínimo. Ele admite, no entanto, que mesmo após a efetivação das matrículas, haverá necessidade de uma a duas semanas para que se dê continuidade aos demais trâmites burocráticos até o início das aulas. .