Formas alternativas de deslocamento ao transporte individual para reduzir impactos ao meio ambiente e ao trânsito intenso de BH foram incentivadas, nessa terça-feira, no Dia Internacional sem Carro, sendo que a BHTrans até instalou uma varanda urbana (parklet) numa vaga da Avenida Afonso Pena para fomentar essa mudança. Contudo, as condições atuais do transporte público ainda não são atrativas o suficiente para que donos de automóveis deixem seus veículos nas garagens e tomem ônibus ou metrô na capital mineira.
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Os dados, referentes ao ano passado, constam do Observatório de Mobilidade divulgado pela BHTrans. No que diz respeito à velocidade dos ônibus e das linhas do Move implantadas até 2014, o desempenho melhorou um pouco se comparado a 2013, quando os veículos de transporte público marcavam 15,2 km/h, mas ainda se encontra em patamar inferior aos 16,5 km/h registrados em 2008. E não é apenas o tempo de deslocamento que incomoda os passageiros. Os índices usados para avaliar o desempenho dos ônibus e que têm nota 100 como máxima, também são ruins e têm registrado piora. No caso do cumprimento do quadro de horários, a nota de 2014 foi 63,2, uma queda de 25,3% em relação aos 84,6 pontos de 2012.
Com tantos problemas, a adesão das pessoas ao transporte público só poderia mesmo cair. E é o que tem ocorrido, de acordo com os dados do observatório. De cada 100 habitantes da capital, 60,1% usavam transporte público em 2014, sendo que o dado mais antigo do estudo, de 1996, mostra uma utilização dessa forma de deslocamento por 74%. “A gente, que precisa usar os ônibus porque não tem outra opção, sofre demais no horário de pico. Chega a irritar o tempo que leva para rodar um quarteirão. Não dá nem para nos distrair usando celular quando estamos sentados, porque dá medo de alguém pular a janela e roubar”, reclama o funcionário público Dirceu Augusto Santos, de 53 anos, que leva em média 50 minutos para sair do Centro para sua casa, no Bairro Carlos Prates.
Expectativa da BHTrans
Na avaliação do diretor de Planejamento da BHTrans, Celio Freitas, o aumento da velocidade foi realmente “discreto”, mas o período avaliado ainda não tinha o sistema Move totalmente implantado. “No ano passado, o Move teve uma implantação parcial. Com mais linhas e corredores exclusivos, a tendência é de mais rapidez. A velocidade ideal numa cidade grande é a que se desenvolve nesses corredores, que chega à média de 30 km/h no horário de pico”, disse. Com isso, o diretor espera que a média de 2015, a ser apresentada em 2016, seja superior à de 2014. “Temos outros planos de investimentos, que dependem de acordo com o Ministério das Cidades para liberação de projetos para mais 100 quilômetros de corredores exclusivos para o transporte público.
No caso do Metrô de BH, ainda não há data para a realização dos projetos de ampliação da Linha 1 (Eldorado/Vilarinho) e de implantação de outros três ramais que abrangeriam mais áreas da cidade. De acordo com a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), “os projetos de ampliação da Linha 1 e construções das Linhas 2 (Barreiro/Nova Suíça) e Linha 3 (Lagoinha/Savassi) já foram concluídos e compatibilizados com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). O projeto da Linha 4 (Novo Eldorado/Betim) está em execução”. A Setop não informou qual a expectativa de início das obras.
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