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Estado de Minas

Seis meses depois, morte de adolescente em dia de calourada ainda é mistério

Menor de 17 anos foi assassinato depois de sair de festa universitária em Viçosa. Polícia Civil tem mais prazo para concluir inquérito


postado em 24/09/2015 12:29 / atualizado em 24/09/2015 15:39

Gabriel Oliveira Maciel, de 17 anos foi visto pela última vez na festa realizada em sítio perto do câmpus da Universidade Federal de Viçosa(foto: Facebook/Reprodução)
Gabriel Oliveira Maciel, de 17 anos foi visto pela última vez na festa realizada em sítio perto do câmpus da Universidade Federal de Viçosa (foto: Facebook/Reprodução)
Um crime sem solução. Seis meses depois da morte de Gabriel Oliveira Maciel, de 17 anos, a Polícia Civil ainda procura entender as circunstâncias do assassinato do adolescente. A vítima foi executada em 7 de março, em Viçosa, na Zona da Mata, depois de participar de uma calourada promovida por alunos da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Morador de Ponte Nova, na Zona da Mata, Gabriel completaria 18 anos nesta quinta-feira. A data, no entanto, representa dor e agonia para a família do menor. Um tio do adolescete, que prefere não se identificar, disse que o silêncio das autoridades aumenta o sofrimento dos parentes. "Nós estamos muito mal porque não tem resposta nenhuma", lamentou.

O tio voltou a rechaçar que o sobrinho tenha consumido drogas no dia da calourada. Segundo ele, um exame de necropsia descartou essa hipótese, que foi comentada à época do crime. "Não tem motivo para tirar a vida do menino. Ele não tinha rixa com ninguém e nem envolvimento com o tráfico".

Outra questão que intriga os familiares é o fato de nada ter sido roubado da vítima no dia do crime. “O que ele tinha de mais valioso era um telefone, que não foi levado”, ressaltou o tio, que não descarta que o homicídio tenha sido premeditado. Ele, no entanto, prefere não apontar suspeitos.

Para a família, a entrada do adolescente na festa com uma identidade falsificada não tem ligação com o assassinato. Um advogado de Belo Horizonte foi contratado para acompanhar o caso e, segundo o tio de Gabriel, o profissional tem encontrado dificuldade para ter acesso às informações. "A gente acredita na polícia, mas o que nos deixa impacientes é a falta de respostas", desabafou.

MAIS PRAZO O delegado Felipe Fonseca Peres, responsável pelas investigações, ganhou mais 90 dias para concluir o inquérito. A prorrogação do prazo teve autorização da Justiça, porém o motivo do pedido não foi informado. Essa é a quarta vez que o período para conclusão das investigações sofre alteração.

Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil, novas testemunhas foram ouvidas nessa semana e o delegado realizou novas diligências a pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A corporação informou ainda que por enquanto o delegado não vai divulgar detalhes do caso.

A polícia trata a morte do adolescente como homicídio e descartou a hipótese de latrocínio - roubo seguido de morte. O delegado prefere não divulgar nomes de suspeitos, mas ouviu depoimentos como o de uma jovem de 19 anos.

Testemunhas afirmam que Gabriel tinha relacionamento afetivo com a menina, que não era considerado namoro. Ambos teriam sido vistos juntos na festa.

No início das investigações, o delegado Felipe Peres chegou a afirmar que a morte do menor foi violenta e sem relação com consumo de álcool ou entorpecentes.


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