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Estado de Minas

Assalto em ônibus que passa pela UFMG gera apreensão no câmpus Pampulha

Ladrões fizeram um arrastão no coletivo nessa quarta-feira. Polícia promete monitorar as viagens da linha para evitar novos ataques


postado em 25/09/2015 06:00 / atualizado em 25/09/2015 07:04

Gabriela Dias decidiu manter o celular na mochila para evitar roubos(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Gabriela Dias decidiu manter o celular na mochila para evitar roubos (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Um dia depois do arrastão no ônibus em que estavam alunos e funcionários da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o clima é de apreensão entre os usuários da linha 5102 (UFMG/Santo Antônio), da qual dependem para se deslocar para o câmpus da Pampulha. Os dois criminosos, que embarcaram em um ponto na área interna da universidade, atacaram quando o coletivo estava na Avenida Presidente Carlos Luz (Catalão), no Engenho Nogueira, Região da Pampulha. Pelo menos oito pessoas tiveram telefones celulares roubados. Em alerta, a Polícia Militar disse que vai monitorar as viagens da linha.

Nessa quinta-feira, nos pontos do 5102 dentro do câmpus, estudantes se diziam preocupados com a possibilidade de os bandidos voltarem a agir. Há três anos cursando engenharia de controle e automação na UFMG, Gabriela Dias, de 21 anos, foi surpreendida com a informação do arrastão. “Coloquei o celular na mochila. Nas várias viagens que fiz nessa linha vindo ou voltando da faculdade, muitas vezes no fim da noite, nunca ocorreu algo do tipo. Torço para que não aconteça comigo, pois, mesmo se houver novos assaltos, não tenho outra opção de transporte”, pontuou Gabriela.

Bruno Camargo, de 19, há um ano e meio estuda engenharia mecânica na UFMG e também é usuário da linha 5102. Ele considera que há pouca segurança em parte do itinerário. “À noite, o trecho da Avenida Catalão entre o câmpus e o shopping é bastante deserto. Isso pode facilitar novos roubos”, alerta Bruno.

A caloura de engenharia metalúrgica Luiza Siqueira Magalhães, de 19, contou que sua avó ficou preocupada ao saber do arrastão da noite da quarta-feira. “Eu também fiquei assustada quando li a notícia do assalto. É claro que a gente logo pensa em ter mais cuidado, como não ficar com celular na mão”, ponderou.

O arrastão ocorreu por volta da 20h30 de quarta-feira. Entre os cerca de 30 passageiros, estava o ex-aluno e atual funcionário da UFMG, G.C., de 29, que pediu que não fosse identificado. Ele teve seu smartfone roubado. “Eram dois jovens, um deles com revólver. Eles diziam que queriam somente celulares. Embora tenham embarcado num ponto no câmpus, apenas depois que o ônibus  entrou na Catalão eles iniciaram o ataque. Após pegar de oito a 10 aparelhos, desceram no ponto próximo ao shopping”, contou G., que ainda ontem estava assustado. Ele foi o único que registrou boletim de ocorrência, depois de uma espera de quase quatro horas numa unidade da PM.

O tenente-coronel Marcelo Martins Resende, comandante do 34º Batalhão da PM, que responde pelo policiamento da região, considerou que foi uma ocorrência esporádica, mas admitiu o impacto do caso na comunidade universitária. Ele informou que militares do Serviço de Inteligência vão monitorar as viagens da linha. “Essa modalidade de crime não é comum em nossa área. Mas é um caso em que várias pessoas foram vítimas. Isso causa comoção e merece especial atenção”, explicou.

Além de questionar a demora para o registro da ocorrência, G. achou estranho que o motorista do coletivo tenha seguido viagem sem ligar para a polícia. Por meio de nota, a BHTrans informou que o Regulamento do Transporte Coletivo de Passageiros exige que a viagem seja interrompida apenas em casos de comprometimento à mesma como, por exemplo, quando o usuário é ferido ou o veículo danificado. “Nos demais casos, cabe ao usuário acionar os órgãos competentes”, explicou.


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