Na próxima segunda-feira, o promotor Eduardo Nepomuceno, responsável no Ministério Público pela apuração da queda do Viaduto dos Guararapes, em julho do ano passado, deve discutir com a prefeitura a devolução aos cofres públicos dos valores gastos com a construção do viaduto por partes das empresas responsáveis por sua execução. De acordo com documento enviado ao MP pela própria prefeitura, o montante é de R$ 13,107 milhões. Acertados os detalhes com a prefeitura, o promotor pretende, até o fim da semana, conversar com os representantes das empresas para definir a devolução, preferencialmente de maneira amigável.
“Esse valor de R$ 13,107 milhões corresponde a todo o investimento público feito para a construção do viaduto”, afirmou o promotor. “Tentamos duas vias, que seriam a sua reconstrução ou fazer uma trincheira, mas o município não definiu. Então fomos buscar a apuração dos valores. Agora vamos sentar com as empresas e ver a forma de repassar esse dinheiro”, explicou.
Desse total, a maior parte, R$ 12,351 milhões, foi paga à construtora Cowan, responsável pela construção do viaduto; outros R$ 147 mil e R$ 380 mil foram destinados à Consol, autora do projeto, direcionados respectivamente à Consol Engenheiros Consultores e ao Consórcio Consol-Enecon. Do restante, cerca de R$ 47 mil foi pago à Consominas Engenharia e R$ 181 mil à CGP Consultoria, Gerenciamento e Planejamento.
Das empresas envolvidas, a reportagem só conseguiu contato com a Consol. O diretor-presidente Maurício Lana disse que o valor recebido pela empresa foi de 1,1% desse total. Ele acrescentou que no início do ano, atendendo a um pedido do MP, entregou o projeto de uma trincheira, elaborado pela empresa. Mas não descartou a conversa com o MP.
O viaduto dos Guararapes desabou em julho do ano passado. Duas pessoas morreram e 23 ficaram feridas.