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As análises do Velhas mostram que há poluição também por cádmio, chumbo, cianeto, cromo, mercúrio e zinco em concentrações acima das toleradas pela legislação Conama. As fontes poluidoras, de acordo com os relatórios de campo, são esgotos, mineradoras, curtumes, frigoríficos, fábricas têxteis, usinas de ligas metálicas e siderurgia, principalmente na Grande BH, todas despejando efluentes sem tratamento e impunemente. Pelo relatório divulgado pela CBHSF, a situação das águas do rio que abastece 70% de Belo Horizonte e da Grande BH é “uma das mais problemáticas em termos de qualidade das águas superficiais, no conjunto da bacia hidrográfica do Rio São Francisco e até em nível nacional”.
Desde 2003 tentaram-se ações caras para aplacar os lançamentos de esgotos na Grande BH, mas o relatório é claro ao dizer que isso pouco afetou o problema. “Houve investimentos em Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) no (Ribeirão) Arrudas e (Ribeirão do) Onça, mas o Índice de Qualidade da Água (IQA) continua ruim. Importa salientar que a situação global do Rio das Velhas permanece bastante crítica, com destaque para as zonas urbanas da cabeceira (Grande BH)”, conclui o relatório.
EMISSÁRIO E POLUIÇÃO Toda essa carga de imundície viaja com o Velho Chico por longas distâncias, tornando suas águas impróprias ao consumo humano e animal, e perigosas para usos como a irrigação e a pesca.
Um dos pontos mais deteriorados do Velhas é justamente o encontro em Sabará do manancial com o Ribeirão Arrudas, que chega ao corpo principal depois de atravessar Belo Horizonte e Contagem. Nessa conjunção, as cargas de detritos e poluentes já são visíveis. A água do Arrudas vem escura, densa e quase parada, com partículas sólidas saturando o volume líquido, trazendo sacolas de lixo e garrafas plásticas.