A motorista Eline Cristina de Azevendo Ferreira, de 34 anos, que atropelou dois moradores de rua na Avenida Cristiano Machado, no Bairro União, na Região Nordeste de Belo Horizonte, admitiu que consumiu bebida alcoólica antes do acidente. Em depoimento, ela afirmou que havia deixado um bar e depois foi para uma casa de shows na Avenida Raja Gabaglia. Mesmo alcoolizada, pegou o carro para voltar para casa e, no trajeto, acabou atingindo os dois homens. Após ser ouvida na Delegacia Especializada de Acidentes de Veículos (DEAV), a mulher foi liberada e deve responder o processo em liberdade. Ela poderá ser indiciada por lesão culposa na direção do veículo e omissão de socorro. Também será avaliado a situação da embriaguez.
O acidente ocorreu na última sexta-feira na Avenida Cristiano Machado. Imagens das câmeras de segurança de comércios flagraram o momento em que os dois homens, um de 17 e outro de 32 anos, atravessam correndo.
O carro chega a subir sobre a calçada. Em seguida, a mulher acelera e deixa o local do acidente. O garoto mais novo sofreu escoriações, enquanto a outra vítima fraturou uma das pernas. Os dois foram socorridos e encaminhados para o Hospital João XXIII, onde receberam atendimento médico.
A motorista se apresentou à polícia somente na manhã desta segunda-feira, quando o tempo da prisão em flagrante já havia se esgotado. Em depoimento, assumiu ter consumido bebidas alcoólicas antes do acidente.
A polícia tenta, agora, buscar elementos para provar a embriaguez da motorista. “Infelizmente, como ela se furtou da responsabilidade no fim de semana e não se apresentou, perdemos um pouco das provas. Ela, confessando, nos ajuda. Mas precisamos de algo mais robusto, como, por exemplo, testemunhas que tenham conversado com ela”, explica o delegado.
Depois do depoimento, a mulher foi liberada e deve responder ao processo em liberdade. “A lei diz que crime culposo não se aplica a prisão. Então, juridicamente, seria quase impossível a gente pedir a prisão. Provavelmente, se condenada, a pena deve ser convertida para trabalhos sociais, por exemplo. Por isso, dificilmente vai ficar presa”, diz Pedro Ribeiro. .