A ação faz parte do projeto Rua do Respeito, coordenado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), e é uma parceria com o Serviço Voluntario de Assistência Social (Servas) e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O programa contou com o apoio e co-realização, respectivamente, do Sesc e do Senac, integrados ao sistema Fecomércio-MG.
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Servas e TJMG lançam projeto pela inclusão social de moradores de ruaConheça projeto que oferece lanche noturno para moradores de rua em BHDonos de imóveis em BH instalam cercas para afastar moradores de ruaInternautas criticam ação da PBH, que recolhe objetos de moradores de rua em praça da capitalConvênio entre TJ, MP e Servas prevê melhora da qualidade de vida de moradores de rua de BHAproximação do período natalino aumenta número de pedintes em BHPara o integrante da Cooperativa de Pessoas em Situação ou Trajetória de Rua (CoopMulti), Davidson Julio dos Santos, o evento é considerado uma batalha vencida na luta contra o preconceito e na luta a favor da garantia de direitos. Ele, que tem 31 anos, dos quais 25 são de situação de rua, acredita que muitos participantes da Rua de Direitos se sentirão mais motivados a seguirem um caminho melhor. “Você vem aqui, tem atendimento médico, vai ao dentista, consulta um advogado, você é tratado como nunca foi ou como não é há muitos anos.
O promotor e coordenador da Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais (Cimos) do MPMG, Paulo Cesar Vicente de Lima, ressaltou a importância dessa mobilização em prol das pessoas em situação de rua. “Esse público lida diariamente com uma completa ausência de serviços que são básicos e de direito de qualquer cidadão. A Rua de Direitos é essencial, principalmente em dois sentidos: o de garantir e resgatar esses direitos e de mostrar à sociedade que eles também são seres humanos e merecem respeito”, disse o promotor. De acordo com dados de estudos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para o censo de 2013 da Prefeitura de Belo Horizonte, atualmente, cerca de 2 mil pessoas vivem nessa situação na capital.
"São pessoas que desconhecem seus direitos, que têm dificuldade até mesmo de se dirigirem ao fórum. Então, estamos indo até elas”, explicou o juiz da 23ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte, Sérgio Rodrigues Fernandes, que é um dos representantes do TJMG na iniciativa.
De acordo com o magistrado, estudos indicam que a maioria da população de rua adulta é composta por pessoas do sexo masculino e 85% exercem alguma atividade laboral, atuando como catadores de papel, flanelinhas, vendedores ambulantes, entre outras atividades. Apenas 16% sobrevivem como pedintes.
“Um dos objetivos dessa ação é tirar os moradores de rua da invisibilidade, chamando a atenção da população da sociedade civil para a situação em que vivem e combatendo o preconceito. Cerca de 90% dessas pessoas deseja sair das ruas, mas não consegue; elas precisam de uma mão”, completa o juiz.
A presidente do Servas, Ana Carolina Oliveira Pimentel, destacou o caráter simbólico da rua, que reuniu diversos direitos e serviços para os moradores de rua.