No segundo dia de visita à Pampulha, em Belo Horizonte, a consultora venezuelana María Eugenia Bacci, do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), conheceu os dois maiores desafios da região-monumento candidata ao título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Segundo integrante da equipe que a acompanhou ontem, ela ressaltou que a poluição da lagoa e o Iate Tênis Clube, dono de um anexo que alterou o desenho original, são problemas a serem vencidos pelas autoridades. Para conhecer melhor os projetos na área de despoluição do espelho d’água, María Eugenia vai se reunir, possivelmente hoje, com representantes da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e da Copasa.
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Consultora ligada à Unesco exalta modernidade do conjunto da PampulhaRepresentante da Unesco faz última visita à Pampulha, candidata a patrimônio da humanidadePrevisão para início de recuperação da água da Lagoa da Pampulha é fevereiroTCE aponta irregularidades na licitação para limpeza da Lagoa da PampulhaProcessos do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais viram memória mundialDocumentos que deram origem a Belo Horizonte viram Patrimônio da HumanidadeAnexo do Iate Clube ameaça título de patrimônio cultural da Pampulha"O resultado é muito positivo", diz Lacerda sobre visita de representante da Unesco à PampulhaMesmo com a situação das águas e do Iate, mostrados no dossiê de 500 páginas enviado à Unesco no ano passado, María Eugenia elogiou o trabalho desenvolvido, informou o presidente da Fundação Municipal de Cultura (FMC), Leônidas Oliveira. “Ela se mostrou muito impressionada com o modelo de gestão do projeto turístico implementado pela prefeitura e com o plano de matriz de responsabilidades, que inclui todos os demais projetos. Está satisfeita com o que está vendo”, afirmou Leônidas, ressaltando que a PBH dispõe de R$ 150 milhões em caixa para cuidar do patrimônio cultural e ecológico da região.
CONFIANÇA “Estou muito confiante na conquista desse título, pois a Pampulha é reconhecida internacionalmente pelo conjunto moderno. Na época, significou algo novo”, afirmou Leônidas.
À tarde, durante a visita à Casa Kubitschek, antiga residência particular do presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976), a dirigente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), Michele Arroyo, integrante da comitiva, disse que María Eugenia é “apaixonada” pela Pampulha pela obra de Niemeyer, já tendo feito, também, um estudo baseado em trabalhos do paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994), autor de 12 projetos de jardins na Pampulha, incluindo os do MAP e da Casa do Baile.
O certo mesmo é que a visita da consultora enche de ânimo os admiradores do cartão-postal mais famoso da capital. “É meu lugar preferido, daqui vejo a Igreja de São Francisco de Assis iluminada. Niemeyer deixou sua marca em várias cidades, mas não tão fortes como na Pampulha”, afirmou o auxiliar administrativo e estudante de direito Lucas Filipe Rocha, de 23 anos, que curtia na orla duas semanas de namoro com Fernanda Izabella Rocha, de 22. Pedalando, as amigas Rafaela Souza, de 24, estudante de administração, e Lanna Couto, de 19, design de interiores, também elegeram a igrejinha como monumento mais bonito.
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