Jornal Estado de Minas

Transferência da Praia da Estação para a Savassi divide opiniões

 

A mudança de local da manifestação Praia da Estação para a Praça Diogo de Vasconcelos, na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte, marcada para o próximo sábado, às 12h05, divide opiniões. A Praia da Estação é realizada desde 2010, como manifestação político-cultural e, como o nome indica, sempre aconteceu na Praça da Estação. No entanto, como as fontes da praça estão desligadas há cerca de três anos e o intuito é também aproveitar o refresco que o espaço público oferece, participantes do movimento decidiram transferir a manifestação para a Savassi. A prefeitura, no entanto, afirma que não foi avisada da mudança e teme pela segurança, já que estão sendo esperadas cerca de 7 mil pessoas. Mesma preocupação dos comerciantes da região. O assunto repercutiu pelas redes sociais, com opiniões de todos os tipos sobre a transferência da “praia belo-horizontina”.

“A prefeitura questiona o acesso à cidade, ao espaço público. Na Praça da Estação nunca teve problema, a não ser quando a polícia ia para reprimir.

O pior é ver a tentativa de deslegitimar a manifestação, que questiona a cidade que queremos, como um evento que trará baderna aos locais”, afirma o publicitário Dú Pente, ativista do Movimento Negro e um dos organizadores da Praia da Estação na Savassi. Ele conta que participa da manifestação desde meados de 2012 e ressalta que não se trata apenas de lazer e diversão, mas de um momento de reivindicação política. “A Praia da Estação é uma manifestação que questiona o acesso à cidade. E as pessoas querem ir aos locais onde há fontes, afinal, há escassez de locais de lazer na cidade, principalmente nas áreas periféricas. As praças centrais são as que têm melhor estrutura e são de todos os cidadãos. Por acaso a Praça da Savassi é privatizada?”, diz. Sobre a possibilidade de cancelamento da manifestação, Pente é enfático: “Como o evento não tem líder, não posso falar por todos, posso falar por mim.
Vou à praça todos os finais de semana, por que neste eu não iria?”

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Regional Centro-Sul, apenas informou que conforme o Decreto nº 13.792/2009, que regulamenta eventos e manifestações no logradouro público, esse tipo de iniciativa precisa ser comunicada, com antecedência mínima de 24 horas, à Administração Municipal e à Polícia Militar. Segundo a administração, “esse procedimento visa à segurança e minimização de possíveis impactos negativos para os participantes do evento, além dos moradores, comerciantes e frequentadores da região, bem como é importante para evitar coincidência com outro evento no mesmo local”.

Para o diretor do Conselho CDL Savassi, Alessandro Runcini, a aglomeração de pessoas em um dia de funcionamento das lojas pode provocar problemas de violência, sujeira e dano ao patrimônio. Runcini observa que a Savassi está preparada para receber eventos públicos, desde que eles sejam comunicados oficialmente às autoridades.

A Polícia Militar não respondeu até o fechamento desta edição.

Veja opiniões de internautas no facebook do EM

Diego Gustavo
“Em todo lugar evoluído, os espaços públicos são ocupados. Só aqui, no Brasil, que quem faz isso é vagabundo e marginal. Vergonha é a prefeitura falar que a fonte está em manutenção”

Thiago Fbr
“Suponho que as Praças do Papa e JK seriam melhores lugares, mas como querem aparecer...”

Frederico Coutinho
“Vai ter sim, e se reclamar vai ter outra! #VaiTerCopa #VaiTerPraia #VemGente”

Bruno Rabelo
“O que vai ter de assalto não é brincadeira...”

Gabriel de Paula Morais
“Sabe de nada! Já tem alguns anos que vem acontecendo a Praia da Estação, cheia de gente e sem bagunça. E sem avisar a PM também, porque o objetivo é exatamente esse, fazer um esquema do povo, sem intervenção”

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